Goiânia: Acusado de matar namorada é levado a júri popular

Acatando recurso do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão de levar a júri popular Thiago César de Oliveira Guimarães pelo homicídio doloso de sua namorada Andressa Raphaeli Ferreira Braz.Ela faleceu em uma acidente de trânsito, na madrugada de 15 de dezembro de 2014. O veículo em que ela estava, conduzido por Thiago César em estado de embriaguez, colidiu com um poste, na Avenida 85, em Goiânia.

De acordo com a denúncia oferecida pelo promotor de Justiça Cyro Terra Peres, o casal havia deixado uma casa noturna, onde os dois consumiram bebidas alcoólicas. Eles dirigiam pelo Setor Marista, quando, no cruzamento com a Avenida 136, ele agrediu a companheira dentro do carro, envolvendo-se em uma colisão com um veículo. Depois de uma rápida conversa com o outro motorista, Thiago César fugiu do local, dirigindo seu veículo em alta velocidade. 

A denúncia ainda aponta que, durante a fuga, quando ele dirigia pela Avenida 85, no Setor Sul, ele perdeu o controle do carro, chocando-o contra um poste de iluminação. Devido ao impacto, o motorista foi arremessado para fora do veículo e a vítima, que estava sentada no banco de passageiro, morreu ainda no local do acidente em razão de traumatismo craniano.

O MP-GO sustenta, na denúncia,  que a conduta de Thiago César “vulnerou de forma evidente a segurança do trânsito e assumiu o risco de matar qualquer pessoa que ali se encontrasse, notadamente a passageira que conduzia”. Com a determinação para que ele fosse submetido ao julgamento pelo Tribunal do Júri, a defesa entrou com recurso em sentido estrito, ao qual o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), por maioria de votos, deu parcial provimento, desclassificando a conduta do acusado para a modalidade culposa, quando não há intenção de matar.

O recurso especial, elaborado pela Procuradoria de Recursos Constitucionais do MP-GO, por meio do promotor de Justiça Murilo da Silva Frazão, apontou a violação aos artigos 18, inciso I, e 121, caput, do Código Penal, e ao artigo 413, caput, e parágrafo 1º, do Código de Processo Penal. Segundo sustentado, o TJGO usurpou a competência do Tribunal do Júri ao desclassificar o crime de homicídio doloso para a modalidade culposa.

Destacou também que cabe ao Tribunal do Júri conferir o elemento subjetivo da ação e concluir, ou não, pela desclassificação. O parecer em segundo grau do MP-GO foi apresentado pela procuradora de Justiça Joana D’Arc Corrêa da Silva Oliveira.

Ao acolher o recurso, a relatora do processo, ministra Laurita Vaz, disse que “o Tribunal estadual destoou da jurisprudência desta Corte, assentada no sentido de que ‘[o] deslinde da controvérsia sobre o elemento subjetivo do crime, especificamente, se o acusado atuou com dolo eventual ou culpa consciente, fica reservado ao Tribunal do Júri, juiz natural da causa, onde a defesa poderá exercer amplamente a tese contrária à imputação penal’. (AgRg no REsp 1.588.984/GO, Rel. Ministro Antônio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, julgado em 25/10/2016, DJe 18/11/2016)”.

Ela ainda citou que “o recorrido dava gargalhadas após o acidente que vitimou sua companheira, só tendo se controlado com a chegada da Polícia Militar, além de ter sido visto, antes do acidente fatal, agredindo-a dentro do carro, enquanto dirigia”.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp