Goiânia concentra maior parte de denúncias de violência obstétrica de Goiás

violência

Um levantamento prévio aponta que Goiânia concentra a maior parte de casos de violência doméstica apurados pela Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO). Foram identificadas 12 denúncias nas rede pública de saúde nos últimos dois meses. O crime, que compreende abusos físicos e/ou sofridos por mulheres na hora do parto cometidos por profissionais de saúde ou decorrentes de problemas infraestruturais, ocorre majoritariamente com brasileiras negras e pobres, de acordo com especialistas ouvidos pela Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna.

 

No ano passado, uma série de reclamações ganhou repercussão na capital. Entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022 foram três casos somente na maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia. Uma das ocorrências mais emblemáticas foi a de  uma criança que teve a clavícula quebrada logo após o nascimento. O pai do recém-nascido registrou queixa na Polícia Civil, que investigou a reclamação. Assim como nesse caso, a apuração da DPE-GO considerará dados enviados por secretarias de saúde, delegacias de polícia, órgãos de fiscalização dos profissionais de saúde e do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

 

A presidente da Comissão na Câmara Federal, deputada Soraya Santos (PL-RJ), defende que as mulheres precisam de informação. “O primeiro ponto de violência é justamente a mulher desconhecer todos esses problemas. É ela não ter durante todo o protocolo de atendimento alguém para dizer se é melhor o parto ou a cesárea, quais são os riscos de um e de outro”, destaca. Por desconhecimento, muitas não sabem que a negação, discriminação, violência de gênero e negligência são consideradas tipos de violência obstétrica.

 

Caso a mulher sofra violência obstétrica, ela pode denunciar nas secretarias Municipal, Estadual ou Distrital, Conselho Regional de Medicina (CRM) quando se tratar de profissional médico ou Conselho Regional de Enfermagem (Coren) quando a abordagem violenta venha de enfermeiro ou técnico de enfermagem. Denúncias também podem ser feitas pelo número 180 ou pelo Disque Saúde 136.

 

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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