Goiânia: Lei autoriza maconha para uso medicinal

Uma nova lei municipal de Goiânia estabeleceu que os pacientes têm o direito de receber, gratuitamente do Poder Judiciário, medicamentos nacionais ou importados produzidos à base de maconha. No Brasil, o cultivo doméstico da planta para uso medicinal segue sem resolução e, devido a isso, é considerado crime.

Na capital, a Lei 10.611 foi promulgada, na quinta-feira, 29, pelo presidente da Câmara de Vereadores, Romário Policarpo (Patriota), depois de o Legislativo derrubar o veto do Executivo, em votação no dia 7 de abril. Ela determina a política pública e a distribuição de maconha medicinal na capital.

O relatório foi produzido, em 2020, pela então vereadora Dra. Cristina, e teve 22 votos favoráveis. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ela expôs parecer pela retirada do veto.

A nova legislação, de autoria do vereador Lucas Kitão (PSL),estabelece a  distribuição gratuita de medicamentos prescritos à base da planta inteira ou isolada, que tenha em sua fórmula as substâncias canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC).

De acordo com a lei, a distribuição deverá ser feita nas unidades de saúde pública municipal, privada e conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito do município de Goiânia. Para receber o medicamento será necessário apresentar a prescrição feita por profissional médico legalmente habilitado.

Na receita, é preciso constar o nome do paciente e do medicamento, a posologia, a quantidade, o tempo de tratamento, data, assinatura e número do registro do profissional no Conselho Regional de Medicina (CRM).

O paciente ainda é obrigado a apresentar laudo médico, com descrição do caso, o número da Classificação Internacional de Doenças (CID) e problemas relacionados à sua saúde.

Os documentos irão embasar a justificativa para a utilização do medicamento indicado e a viabilidade em relação às alternativas terapêuticas disponibilizadas pelo SUS e aos tratamentos anteriores.

O laudo ainda poderá ser substituído por autorização administrativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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