Goiânia recebe 2º Encontro Goiano de Autismo

Após 70 anos dos primeiros estudos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente conhecido como autismo, a falta de informação ainda é um dos desafios para as crianças que são diagnosticadas no Brasil e no Estado. Visando a orientação dos pais e da sociedade em geral, o 2º Encontro Goiano de Autismo será realizado na capital, entre os dias 5 e 8 de Abril, e conta com programação de workshops e palestras.

A iniciativa ocorre por meio da parceria entre o Instituto Goiano de Análise do Comportamento (Igac), o Centro de Intervenções e Estudos Neuro Comportamentais (Ciec) e o neuropediatra Hélio van der Linden Júnior. Segundo o médico e idealizador do evento, a ideia é que os especialistas utilizem uma linguagem mais acessível, para que todos sejam informados de forma simples e segura.

Além disso, a proposta é apresentar novidades na área. “O critério de escolha dos palestrantes foi que trouxessem temas atuais e pertinentes tanto a profissionais quanto para os pais”, explica uma das organizadoras, a psicóloga Leana Bernardes. Entre os temas que vão ser discutidos no encontro estão o diagnóstico precoce, autismo na vida adulta, inclusão e legislação, pesquisas recentes em genética e sobre a Análise do Comportamento Aplicada (ABA).

“O encontro é muito importante não só para informar sobre o autismo, como também para expor as pesquisas e tratamentos que nós não temos acesso”, pontua Cássia Gouveia, presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA). Cássia, que também é mãe de uma criança autista, afirma que o encontro é também umas das oportunidades para que a população se conscientize sobre o espaço do autista na sociedade.

As inscrições para participar do encontro já podem ser feitas pelo email [email protected] ou pelo telefone (62) 3223-9896. Há informações disponíveis também nas redes sociais, via instagram e facebook.

O transtorno

Autismo não é doença. A afirmação é simples, mas é fundamental para compreender a condição especial que engloba diferentes níveis de comprometimento. “Tem que ter muito amor e dedicação”, ressalta a presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), ao comentar sobre o papel da família na luta por direitos e assistência.

O transtorno é descrito, desde 2013, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), numa visão dimensional com características comportamentais que envolvem prejuízos: na interação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos, e persistente deficiência de comunicação social.

Em Goiânia, conforme a AMA, familiares de pessoas autistas ainda encontram dificuldade no atendimento clínico e pedagógico. A associação realiza o trabalho de encaminhar e orientar os responsáveis na procura por assistência, além de participar diretamente da elaboração de leis que contribuam para a melhoria de vida dos autistas. A AMA é uma entidade sem fins lucrativos, que atua há 18 anos na Capital.

*Por Emilly Viana

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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