Goiânia registra 228 mortes no trânsito em 2016

Mais de 220 pessoas morreram em Goiânia no ano passado em decorrência de acidentes de trânsito. Deste total, 126 (55%) foram motociclistas e 22% foram pedestres. A média de idade dos óbitos ocorridos na capital por acidentes é de 20 a 39 anos e 85% das vítimas fatais foram homens. Os dados são da prefeitura de Goiânia que mapeou todos os acidentes com óbito na capital durante o ano passado e os apresentou nesta segunda-feira (18) no lançamento da Semana Nacional do Trânsito.

Foram cruzados dados da saúde, segurança pública e órgãos de trânsito. Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde de Goiânia, Robson Azevedo, com a identificação dos locais e de que forma os óbitos no trânsito ocorreram na cidade, é possível prevenir e evitar que novos acidentes ocorram da mesma forma.

“As imagens são muito claras ao mostrar que algumas vias, como a Perimetral Norte, causam um impacto muito grande nesse número de mortes e isso mostra que algumas correções deverão ocorrer, até mesmo na conduta do motorista dentro dessas vias para que ele não morra no trânsito”, relatou.

O relatório emitido pela prefeitura também mostra que os principais fatores de risco responsáveis pela ocorrência dos acidentes de trânsito foram: velocidade excessiva e inadequada (64%); ingestão de bebida alcoólica (16%) e infraestrutura (8%).

Para Azevedo, a prevenção é simples e pode mudar a realidade do trânsito goianiense: “usar o cinto de segurança não custa nada, não dirigir embriagado também não custa nada. As consequências são muito grandes tanto para quem sofre tanto para o familiar. Por isso nós mostramos que isso não é acidente porque ele pode ser tratado com prevenção”.
Segundo ele, o custo financeiro para um paciente com ferimentos graves custa mais de R$ 1.500,00 por dia para o sistema de saúde público ou privado. “Esse números tentam mostrar a sociedade a importância de uma direção defensiva, com segurança, para que nós não tenhamos mais mortes”, concluiu.

Mudança

O secretário de Trânsito e Mobilidade, Fernando Santana, disse que a gestão do prefeito Iris Rezende (PMDB) tenta melhorar o quadro com a retomada da sinalização vertical e horizontal e a implantação de novos pontos de fiscalização na cidade. Para ele, é importante que o motorista goianiense também tenha consciência de seus atos.

“É preciso que tenha uma mudança. Mas vale observar que isso é causado por uma minoria dos motoristas que excede velocidade, bebe e dirige, e causa um grande dano na sociedade. Os dados comprovam que a maioria tem consciência e tem realmente respeitado as leis de trânsito. Mas a minoria ainda está trazendo um grande dano a sociedade”.
Segundo o secretário, a SMT realiza trabalho de campanha educativa permanente dentro de escolas e o objetivo é expandir o projeto para outros locais da capital. ”Nosso trabalho será continuo na busca para que possamos trazer para Goiânia o exemplo de uma cidade de um bom trânsito e de paz”, finalizou.

Veja no vídeo as ações realizadas pelos órgãos de trânsito nesta semana em Goiânia

*Com Ricardo Castro

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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