Goiânia sedia evento com participação de Ministro do STF e Governador

Goiânia sediará até a próxima quinta-feira, 14, o 50º Congresso Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal no Castro’s Park Hotel. Este evento coincide com os 60 anos da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE), celebrados nesta segunda-feira, 11.
A abertura do congresso foi realizada no Espaço Dois Ipês, no Setor Jaó, com a presença do governador Ronaldo Caiado, procuradores, lideranças do Direito, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luis Roberto Barroso. Antes da solenidade, Caiado recebeu Barroso no Palácio das Esmeraldas para uma visita de cortesia e apresentou o local ao chefe do Judiciário brasileiro. O governador foi agraciado pela Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) com a medalha comemorativa pelos 40 anos da entidade.
 
“Desde que comecei o governo, não só valorizei, como fiz questão de dar todo apoio para que a PGE se ocupasse de todos os órgãos, tanto diretos quanto indiretos, da gestão. Ampliei o complexo do Estado sob a tutela da Procuradoria, que contribuiu muito para que Goiás recuperasse sua credibilidade e avançasse no combate à corrupção,” disse Caiado. “Nas negociações com o STF e em decisões de projetos que encaminho para o Legislativo, a PGE deu todo o alicerce. Foram fundamentais, por exemplo, para a construção do Cora, também na renegociação das nossas dívidas dentro do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). São inúmeros pontos cuja eficiência da Procuradoria fez com que Goiás atingisse o patamar de qualidade que é reconhecido nacionalmente em educação, saúde, segurança e nos programas sociais,” frisou o governador.
 
O congresso, o mais longevo evento do Direito no país, tem como tema “Meio século: avanços e desafios da Advocacia Pública na realização dos objetivos fundamentais da República Brasileira”. Luis Roberto Barroso, procurador-geral no início da carreira no Rio de Janeiro, comandou o debate sobre “Estado Democrático de Direito: inteligência artificial e desafios da regulamentação das redes sociais”, foco de sua palestra no congresso.
 
“Tive a oportunidade de trabalhar na advocacia privada e também na pública. A advocacia pública é um dos serviços mais importantes aos Estados, à União e à nacionalidade em geral. Faz o controle da legalidade dos atos públicos e a representação crucial da Fazenda Pública. Sou habituado com este encontro, um egresso e tenho o prazer de discutir democracia, plataformas digitais e a inteligência artificial, três dos grandes temas da atualidade,” falou o presidente do STF.
O presidente da Anape, Vicente Braga, foi homenageado com o título de cidadão goiano, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Cearense de nascimento, o gestor disse estar “honrado” e “com mais responsabilidade” com Goiás de agora em diante, além de definir como pauta do encontro a defesa da autonomia orçamentária das procuradorias-gerais. “Somos a única função essencial à Justiça sem essa autonomia,” salientou.
 
O presidente da Associação dos Procuradores do Estado de Goiás (Apeg), Claudiney Rocha, celebrou as bodas de ouro do evento, a atuação da PGE em território goiano e o trabalho do Executivo estadual. “Como procurador do Estado de Goiás, posso testemunhar que o governador Ronaldo Caiado tem feito uma gestão extremamente técnica e escalou a PGE como titular nas mais diversas posições, aproveitando ao máximo nossa expertise. Os resultados estão ai, com o estado sendo o mais seguro do país, a educação em primeiro lugar no Ideb e a saúde referência nacional,” enumerou ele.
 
O procurador-geral do Estado, Rafael Arruda, ressaltou que o Estado administrativo nunca foi tão importante para o Estado Democrático de Direito como nos dias atuais e definiu a atuação da entidade como a de “fiadora da diferença dos órgãos de controle externo”. “Governos que são fortes possuem procuradorias estaduais fortes. Já são 60 anos desta instituição que é o verdadeiro farol jurídico da administração pública goiana. Estamos sempre vigilantes para oferecer a Goiás uma gestão produtora de bons resultados em todas as áreas. O que Goiás faz tem condição de ser exemplo ao Brasil,” pontuou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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