Vídeo: Goiânia tem 1,1 mil mulheres atendidas por patrulha exclusiva da Guarda Municipal

Vídeo: Goiânia tem 1,1 mil mulheres atendidas por patrulha exclusiva da Guarda Municipal

Há quatro anos, a proteção de mulheres vítimas de violência em Goiânia ganhou o reforço de um grupamento exclusivo da Guarda Civil Municipal (GCM). São cerca de 1,1 mil inscritas no serviço Patrulha Mulher mais Segura, que inclui também pessoas transexuais e homossexuais femininas. Em média, o agrupamento registra de 10 a 15 medidas descumpridas pelos agressores mensalmente. Apenas na semana passada foram 9.

O argumento da maioria dos homens para se aproximar das vítimas é tentar contato com os filhos, mas a comandante da patrulha, Luiza Sol, afirma que o motivo real é a dificuldade em aceitar o fim do relacionamento. Ela explica que quando a equipe é acionada, o ex-casal é levado até uma delegacia e o denunciado fica detido. As reincidências costumam ter pena de restrição de liberdade maior.

“Em 80% ou 90% dos casos, eles querem convencer as mulheres a retomar o relacionamento. O problema nesse ciclo de violência é cultural, ou seja, estamos falando de machismo, patriarcado. A chave para quebrar isso é a conscientização das mulheres até porque muitas foram criadas em um ambiente em que o pai batia na mãe e ela acaba repetindo e normalizando  essa dinâmica quando tem os filhos”, explica.

A Lei Maria da Penha estabeleceu que esse tipo de atendimento deve ser feito preferencialmente por mulheres. Na patrulha exclusiva da Guarda Municipal, há 20 integrantes que se revezam em três equipes com atuação em toda a capital diariamente. Por meio do telefone 153, as viaturas mais próximas da Patrulha, ou pelo (62) 3524.8121 da Ronda Municipal (Romu), ambos da GCM, são enviadas ao local em que a mulher está. 

O grupo faz cerca de 15 visitas periódicas nas quais são conferidos se a vítima está bem, se o agressor está próximo à residência da beneficiada e ainda avaliadas as condições psicológicas dela. Se necessário, os integrantes podem fazer encaminhamentos para unidades de saúde. Os encontros resultam em um relatório encaminhado diretamente ao juiz responsável pelo caso da mulher assistida pela patrulha.

“O tempo mínimo previsto na legislação para uma medida protetiva é de seis meses, mas pode ser prorrogado. Algumas mulheres já são atendidas há três anos porque ainda não se sentem seguras ou o agressor continua dando indícios de que pode retornar”, destaca a comandante.

Luiza explica que, embora a equipe atenda somente as mulheres contempladas e indicadas pelo Tribunal de Justiça, as pessoas que quiserem denunciar agressões contra essas vítimas de violência doméstica também podem acionar a Patrulha Mulher mais Segura. No caso delas, há a possibilidade de chamar socorro exclusivamente por meio de um botão de pânico dentro do Aplicativo Prefeitura 24 horas. A atuação é conjunta com a Polícia Militar.  

“É importante a mulher entender que é capaz de recomeçar, de refazer a sua vida. Ela deve se profissionalizar e vencer a crença de que é dependente economicamente de alguém porque pode e consegue trabalhar para sustentar a si mesma e os filhos. Muitas estão presas emocionalmente e um tratamento psicológico ajuda muito a romper com o ciclo de violência”, frisa Luiza Sol.

O Diário do Estado conversou sobre o tema com a comandante da patrulha, Luiza Sol. Confira o vídeo na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=Bqak0UOyU1M

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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