Goiânia tem carne e moto com descontão no dia de isenção de impostos

Na próxima quinta, 2, os consumidores goianos poderão ter até 70% de desconto em produtos de diversos segmentos no estado. Uma ação nacional pretende chamar atenção para a elevada carga tributária embutida no varejo e reduzir os impostos. Em Goiás, óticas, lojas de colchões e de móveis, restaurantes, shopping, açougue e até uma concessionária de moto reduzirão os preços por um dia.

O sócio-proprietário da Carnes Boi Verde,  Fernando Novelli, aderiu ao projeto pela primeira vez. A loja da Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia está se preparando para atender a clientela que deve fazer as vendas subirem mais que o dobro. Segundo ele, as carnes da linha premium, com peças selecionadas embaladas à vácuo, também estarão  com desconto  – de cerca de 12%. 

“Teremos à disposição todos os cortes de carne tradicionais, aquelas do dia a dia, vendidas no balcão, e ainda os selecionados, os especiais. É coxão mole, alcatra, contra filé, músculo, acém, patinho, costela, coxão duro, lagarto. cupim, picanha e angus, por exemplo. Quero garantir que terá produto do início ao fim do dia. Quero volume de produto o dia todo. A ideia é dar opções”, diz.

Ele vende, em média, 3,2 mil quilos de carnes por dia no varejo e atacado. No dia do evento, ele acredita que serão 5 mil quilos somente para o cliente que for até o açougue. Pelas contas, o preço em conta deve atrair muita gente porque, considerando a carga tributária de 12%, uma peça de coxão mole pode despencar de R$ 45 reais o quilo para R$ 39, 60 o quilo.

A 16ª edição da ação tem até uma concessionária da capital. A loja venderá uma moto sem impostos para um sorteado interessado. .Para aproveitar os valores com desconto, a orientação é que o cliente chegue cedo ao local das compras. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Jovem de Goiânia, Eberth Motta Júnior, explica que o DLI também é uma ocasião que deixa claro para o consumidor como a alta tributação afeta o poder de compra. 

“É um efeito cascata já que o imposto alto torna o produto mais caro, fazendo com que a população compre cada vez menos. Isso piora o desempenho das vendas no varejo que, por sua vez, investe menos na contratação de trabalhadores”, explica. Até o início do mês de maio, os brasileiros já contribuíram com mais de R$ 1 trilhão em impostos, de acordo com o painel do Impostômetro que fica no Centro Histórico da capital paulista. Somente em Goiás já foram pagos no mesmo período mais de R$ 20,9 bilhões em tributos.

 

Confira algumas das lojas participantes:

-Imperio Bombas e Comércio Eireli: Avenida Castelo Branco, Setor Rodoviário (Goiânia)

-Carnes Boi Verde: Avenida G, Vila Brasília (Aparecida de Goiânia)

-Hotel Vitrine:  Rua 44, Setor Norte Ferroviário (Goiânia)

-Belcar Motos: Avenida Independência,  Setor Aeroporto(Goiânia) 

-Óticas Brasil

-Kicharmosa: Rua Rio Formoso (Goiânia) 

-Íntima Sensual: Rua Presidente Nilo Peçanha,Setor Norte Ferroviário (Goiânia) 

-Bambinos: Shopping Cerrado Piso 1 (Goiânia) 

-Triagem Jeans: Rua Joao Rita Dias, Campinas (Goiânia) 

-Lorena Nascimento: Buriti Shopping (Goiânia)

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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