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Goiano, membro do exército americano, pode lutar na guerra da Ucrânia

Última atualização 25/02/2022 | 08:49

“É um clima tenso, mas participar de uma guerra é como se fosse um troféu para um soldado”, diz Antônio Caiado, 39 anos, goiano que nasceu em Mossâmedes, Oeste de Goiás, mas que integra o exército norte-americano há 13 anos. Para ele, que vive por lá faz 17 anos, a invasão russa na Ucrânia foi uma surpresa para os Estados Unidos e para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), mesmo após meses de ameaça russa contra o país ucraniano.

“Ninguém acreditava que chegaria a esse ponto. A Europa está em alerta agora, os países que ficam ao redor da Rússia estão com medo, já que isso virou uma guerra de interesses. Isso porque não envolve mais só a Rússia, mas outros países também, como a China. Porém, para desencadear uma guerra é preciso que um dos países da OTAN seja atacado. Caso isso aconteça, uma resposta imediata será dada à Rússia”, comentou.

E, nessa circunstância, como membro do exército dos Estados Unidos, o goiano poderia, até mesmo, participar do conflito entre Ucrânia e Rússia.

Outro ponto abordado por Antônio, é uma possível ameaça à usina nuclear na cidade de Chernobyl, na Ucrânia. A usina, inclusive, foi tomada por militares da Rússia, de acordo com um conselheiro do gabinete presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, na tarde desta quarta-feira (24).

“Essa é uma das ameaças mais sérias na Europa agora. A OTAN podem vir a entrar no conflito por conta disso, uma vez que se acontecer uma explosão no local a poeira radioativa pode afetar toda a Ucrânia, assim como parte da continente. Entretanto, o único que está perdendo, por enquanto, é o país invadido”.

Ainda de acordo com o militar, milhares de soldados americanos estão espalhados ao redor do país russo, com o propósito de proteger os territórios aliados a OTAN.

“Eles não estão dentro da Ucrânia, mas nos países vizinhos para ajudar a protegê-los. Uma guerra começa assim, vêm os ataques aéreos, marítimos e, enfim, por terra, como estamos vendo agora com os tanques e soldados. Eles estão seguindo uma espécie de protocolo, causando destruição e ganhando território.”

Impacto

Para o soldado – que já participou de missões de paz em Cabul, capital do Afeganistão –, o conflito e a aproximação da China com a Rússia podem impactar a economia mundial, e, principalmente, a dos Estados Unidos, uma das maiores potências do mundo.

“A maior perda, além das vidas, é na economia. Tudo vai ficar mais caro, o dólar, o petróleo e até os alimentos. Isso é o reflexo de uma guerra”, concluiu.

Antônio enquanto participava de uma missão de paz no Afeganistão / Foto: Arquivo pessoal