Goiás amplia campanha pela regularização de barragens no Estado

Governo de Goiás amplia campanha pela regularização de barragens no Estado

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) ampliou esforços para que os proprietários de barragens em Goiás se cadastrem no Sistema Estadual de Informações sobre Segurança de Barragens (Seisb), regularizando seus documentos e licenças. Conforme monitoramento remoto da pasta, existem mais de 40 mil barragens com pelo menos 2 mil metros quadrados de lâmina d’água em Goiás, mas pouco mais de sete mil estão cadastradas no Seisb.

O governo trabalha em três frentes para resolver o problema: a primeira é com uma cartilha informativa desenvolvida pela Semad, que será distribuída em todo o estado. A segunda é um vídeo institucional que apresenta informações básicas sobre barragens e será exibido em reuniões promovidas por sindicatos rurais, prefeituras e outras entidades que apoiam o homem do campo. E a terceira são encontros organizados pelas equipes da Semad, especialmente em municípios e regiões com maior concentração de barragens não cadastradas.

A secretária de Estado de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, afirma que o cadastro das barragens “é fundamental para a segurança dos moradores e do ecossistema dessas áreas”. O gerente de Emergências Ambientais, Incêndios Florestais e Segurança de Barragens, Jonatas Mendonça, destaca que o cadastro é obrigatório e o descumprimento da obrigação resultará em multa, além de causar danos ambientais e sociais irreparáveis. “Esse é um cuidado necessário para proteger não só o ecossistema, como também um grande número de vidas humanas”, diz.

O cadastro da barragem é gratuito e feito pelo site https://portal.meioambiente.go.gov.br/barragens. O proprietário tem que estar com a documentação em dia.

Dados disponíveis

Segundo o subsecretário de Licenciamento Ambiental e Recursos Hídricos da Semad, José Bento da Rocha, existem cerca de 10,2 mil acumulações hídricas em Goiás com mais de um hectare de lâmina d’água, sendo que mais de 3 mil já foram regularizadas. No entanto, há quase 20 mil barramentos abaixo de 1 hectare, dos quais apenas cerca de 4 mil estão cadastrados na Semad. Atualmente, mais de 7 mil reservatórios de diferentes portes já estão regularizados.

De 2019 a 2022, a Semad realizou a fiscalização e vistoria de 844 atividades relacionadas às diretrizes de outorgas, escassez hídrica e segurança de barragens. Segundo a portaria nº 51/2023 publicada no Diário Oficial, equipes de fiscalização e monitoramento da secretaria estarão em campo até 31 de outubro de 2023 para orientar empreendedores com materiais de conscientização e, se necessário, lavrar auto de orientação ou auto de advertência. As situações irregulares deverão ser corrigidas no prazo máximo de 120 dias após a identificação.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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