Goiás aplicou apenas 13% das doses de vacina distribuídas contra a dengue

Goiânia registra 1.133 doses de vacina contra dengue no primeiro dia

Segundo dados do Governo de Goiás, desde o início da vacinação contra dengue, apenas 20.753 goianos receberam a dose. O Estado recebeu 158.505 doses do imunizante Qdenga, mas a cobertura vacinal é de apenas 13% da demanda recebida. Ao todos, 134 municípios goianos de nove regionais de saúde receberam as vacinas.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) destinou a vacina para crianças e adolescente de 10 a 11 anos de idade. No entanto, devido a falta de procura, a decidiu ampliar para a faixa etária de 14 anos, a fim de atingir maiores números de imunizados em Goiás. O esquema vacinal é composto de duas doses, com a segunda sendo aplicada após três meses da primeira.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado de Goiás possui 158.505 crianças entre 10 e 11 anos, enquanto aquelas de 10 a 14 anos são 398.946. A SES enviou as doses para municípios goianos com mais de 100 mil habitantes e que possuem uma alta taxa de transmissão da dengue em 2023 e 2024.

Falta de procura

Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde, informou que nos primeiros dias a procura pela vacina foi boa, mas caiu consideravelmente em seguida. Diversos fatores podem ter contribuído para isso, sendo eles a falta de interesse da população em relação as vacinas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde e o compartilhamento de notícias falsas que desqualificam a proteção dos imunizantes.

A vacina da dengue é tetravalente e protege contra todos os quatro sorotipos de dengue. O imunizante é contraindicado para indivíduos menores de 4 anos e idade e com 60 anos ou mais; anafilaxia ou reação de hipersensibilidade a qualquer componente da formulação ou após dose anterior da Qdenga; imunodeficiência primárias ou adquiria, incluindo terapias imunossupressoras; pessoas que vivem com o vírus HIV, sintomáticas ou assintomáticas, quando acompanhada de evidência de função imunológica comprometida; gestantes; e mulheres amamentando lactente de qualquer idade.

O governo realizou capacitação com as regionais de saúde e municípios. Os servidores da saúde receberam orientações sobre as especificações do imunizante, esquema vacinal, forma de armazenamento, diluição, dentre outras informações. O objetivo é a preservação das hospitalizações e óbitos decorrentes das infecções pelos vírus da dengue em toda a população alvo da vacinação.

Vacinação no Brasil

Assim como Goiás, todo o país também se encontra com baixa taxa de imunização. Das 1.235.119 vacinas distribuídas aos estados brasileiro e ao DF, apenas 182.204 foram aplicadas em crianças e adolescente. Este número equivale a 14.75% do total distribuído.

O Ministério da Saúde selecionou 521 municípios para receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde e que, segundo o ministério, são consideradas endêmicas para dengue.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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