Goiás avança para desapropriar imóveis no território do Parque Estadual de Terra Ronca

Governo de Goiás busca negociação facilitada com proprietários para avançar com desapropriações no território do Parque Estadual de Terra Ronca

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) avança na desapropriação de imóveis privados no Parque Estadual de Terra Ronca, localizado em áreas dos municípios de São Domingos e Guarani de Goiás. Até o momento, o Estado tem sob sua posse cerca de 62% de todo o território da unidade de conservação, e age para agregar o restante da área.

De acordo com a Superintendência de Unidades de Conservação e Regularização Ambiental (Sucra) do Estado, o Governo de Goiás negocia a desapropriação de aproximadamente 140 propriedades instaladas no território do parque estadual. Dessas, nove são prioritárias e estão localizadas nas proximidades das cavernas de visitação, como as Cavernas Terra Ronca I e II, Angélica, São Vicente e Pau Pombo.

A ação objetiva preservar os ecossistemas naturais do Parque Estadual de Terra Ronca, cuja importância ecológica e sua beleza cênica são de alto relevo. Há também o interesse em avançar na realização de pesquisas, além do desenvolvimento da educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Como funciona a desapropriação

Nenhuma desapropriação é feita sem que haja pagamento para o respectivo proprietário da área. De acordo com a Sucra, o valor é definido pelo Governo de Goiás, com base em pesquisas de mercado e na avaliação técnica do imóvel, como forma de garantir indenização justa.

Além disso, há também outra forma de garantir a desapropriação: o proprietário pode vender o imóvel para alguém que precise fazer compensação ao Estado. Assim, com a propriedade adquirida no parque estadual, o comprador doa a área ao Governo de Goiás como forma de compensação ou de acordo com o que permite a proposta de autocomposição.

Caso o proprietário envolvido na negociação não aceite nenhuma das formas de negociação propostas, a situação poderá ser judicializada. A Semad, contudo, tem mediado as negociações para evitar a judicialização.

Encontro com proprietários

A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis estará no Parque Estadual de Terra Ronca entre os dias 28 de fevereiro e 02 de março, para se encontrar com proprietários e negociar a desapropriação das terras que precisam ficar sob cuidados do Estado.

No primeiro dia de visitação, deverá acontecer um encontro com todos os donos de imóveis no local. Nos dias seguintes, a chefe da Semad se reunirá individualmente com aqueles proprietários de imóveis prioritários para pagamento. A prioridade é definida com base em fatores como idade, existência de alguma doença ou deficiência, bem como o interesse do dono do imóvel em aceitar o valor negociado pelo Governo de Goiás.

Expectativa

O avanço no trabalho de desapropriação tem boas perspectivas de avanços para os próximos tempos. Para além dos 62% já adquiridos pelo Governo de Goiás, no território da unidade de conservação, há ainda a expectativa de adesão de outros 12% da área do parque estadual. Essa expectativa é baseada em negociações que já estão em andamento, envolvendo compradores que precisam compensar o Estado de alguma forma e optaram por adquirir imóveis no território do parque para fazer a doação do local à Semad.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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