Goiás bate recorde de casos de dengue, chikungunya e zika em quase 30 anos 

Goiás é o segundo estado com maior número de mortes por dengue no Brasil

A impressão de que mais familiares, amigos ou conhecidos ficaram doentes por dengue, chikungunya e zika não é mera impressão. Em Goiás, o número de casos das três doenças transmitidas por mosquitos bateu recorde no ano passado desde o início dos registros há quase 30 anos, em 1994.

 

Ao todo, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) contabilizou 187.774 diagnósticos de somente de dengue confirmados, o equivalente a 247,4% a mais em relação a 2021 (54.049). A média foi de 21 casos da doença por hora, sendo 515 por dia e 15.475 ao mês entre janeiro e 30 de dezembro de 2022. Os óbitos causados também surpreenderam com alta de 300% comparado ao ano anterior, saltando de 39 para 156 mortes em decorrência de complicações.

 

O avanço de chikungunya e zika tem sido motivo de preocupação das autoridades em saúde em Goiás. Após quatro anos, o estado teve a segunda morte causada pela zika, enquanto a chikungunya tirou a vida de oito goianos neste ano – em 2021, a doença foi fatal para uma pessoa. 

 

2021 2022
Casos Óbito Casos Óbito
Dengue  54.049 39 187.774  156
Zika 15 0 30 1
Chikungunya  109 1 3.943 8

Fonte: SES Goiás

 

A disseminação do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, em todas as regiões goianas, assim como aumento estatístico de pessoas infectadas por zika e chikungunya fez a SES-GO criar um plano para controle dessas doenças. Elaborado por técnicos, a medida divide a incidência de casos notificados em três fases: inicial, de alerta e de emergência.

 

O impulso é provocado por uma combinação de epidemias cíclicas a cada quatro ou cinco anos, chuva e calor intensos do último verão e descuido da população com locais de reprodução do mosquito da dengue. Apesar do esforço do estado e dos municípios, a situação epidemiológica tem provocado muitos casos e aumento na procura pelos serviços de saúde, com ocorrência de casos graves e óbitos. 

 

O apoio para evitar criadouros dos mosquitos transmissores é essencial para reduzir a ocorrência dessas doenças. As principais orientações das autoridades em saúde são verificar se a caixa d’água está tampada, colocar areia nos pratos de plantas, recolher e acondicionar o lixo do quintal, limpar as calhas e cobrir piscinas.

 

Aprenda a diferenciar

Os sintomas da chikungunya são semelhantes aos da dengue, mas a dor nas articulações é a principal diferença. O tratamento é sintomático já que não existe medicamento ou vacina específicos. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014. O nome vem de um dos idiomas da Tanzânia significa “aqueles que se dobram”.

 

No caso da zika, em cerca de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. 

 

Já a dengue tem como sinais a febre alta acima dos 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.              

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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