Goiás deve colher 31,5 milhões de toneladas de grãos este ano

As lavouras goianas devem produzir 31,5 milhões de toneladas de grãos na Safra 2022/2023. Divulgado nesta quinta-feira, 13, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o 10º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023 revisa para cima a estimativa lançada em junho. Com o resultado, Goiás abre vantagem sobre o Rio Grande do Sul na disputa pelo terceiro lugar entre os maiores produtores estaduais de grãos. Na primeira e segunda posições estão Mato Grosso e Paraná, respectivamente.

“Caminhamos agora para a reta final da Safra 22/23, e o levantamento da Conab confirma a previsão de recorde na produção de grãos em Goiás. Pela primeira vez o Estado deve ultrapassar a barreira de 30 milhões de toneladas de grãos”, comemora o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende. O volume de 31,5 milhões de toneladas de grãos representa um avanço de 9,1% em relação ao volume colhido no ciclo anterior (2021/2022).

Para a superintendente de Produção Rural da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa-GO), Patrícia Honorato, um dos principais motivos para a melhora do desempenho goiano é o crescimento do rendimento médio. O relatório da Conab mostra que, enquanto a área plantada se manteve estável na comparação de um mês para outro, a produtividade foi revisada para cima, passando de 4.391 quilos por hectare para 4.454 quilos por hectare. “Aliado aos investimentos dos produtores goianos em tecnologia e manejo produtivo, para essa safra é importante reiterar as condições climáticas favoráveis, fundamentais aos resultados obtidos”, afirma ela.

Trigo

O cenário da triticultura goiana chama atenção. Estimado em 183,9 mil toneladas no último levantamento, em junho, o volume da produção goiana do grão tem agora a perspectiva de chegar a 310,3 mil toneladas em 2023. O avanço é de 68,7% na comparação com a estimativa do mês passado e de 129,9% na comparação com o resultado de 2022. Aqui, mais uma vez, a produtividade faz a diferença: em junho, a estimativa era de 2.299 quilos por hectare; agora, de 3.879 por hectare.

Em Boletim da Safra de Grãos divulgado nesta quinta-feira, 13, a Conab manifesta expectativa por um “bom rendimento” nas lavouras goianas de trigo, uma vez que “a irrigação propicia condições ambientais favoráveis, além da utilização de cultivares de alto potencial produtivo e de práticas agronômicas eficientes”. A companhia registra que houve “adequada distribuição pluviométrica, particularmente em abril, aliada a temperaturas mais amenas, formando condições climáticas ideais para a fase de enchimento dos grãos e maturação”. Em relação ao trigo de sequeiro, “a produtividade supera as estimativas iniciais”.

Soja e milho

Principais produtos da pauta agrícola goiana, a soja e o milho têm projeção de crescimento de 2,0% e 18,9%, respectivamente, na comparação entre o resultado do ciclo anterior com a estimativa para a Safra 22/23. No caso da soja, o 10º Levantamento da Conab aponta para um volume de 17,7 milhões de toneladas (+2,0% em relação à Safra 21/22). Já no caso do milho, a estimativa é de 11,6 milhões de toneladas (+18,9% em relação à Safra 21/22)

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp