Goiás deve ter explosão de casos de covid entre dezembro e janeiro; entenda

Os próximos meses de dezembro e janeiro devem ser de alta nos casos de covid. A recém-descoberta variante identificada em Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo  e Rio Grande do Sul indica que haverá uma terceira onda da doença no Brasil. A confirmação ocorreu por meio de sequenciamento genético feito pela  Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O infectologista Marcelo Daher acredita que o curto período entre a identificação e o surto da nova subvariante da ômicron chamada BQ.1 é explicado por uma série de fatores técnicos. Ele lembra que é necessário aumento na  velocidade de transmissão, persistência de infecções e dominância no cenário epidemiológico para “ganhar força” e ter uma evolução de casos.

“Ainda não observo aumento de casos. Tivemos uma onda de frio aqui, mas foi muito rápida.  Sabemos que a região norte do Brasil se comporta parecido com o hemisfério norte. Normalmente, os quadros de gripe lá ocorrem neste  época, coincidindo com o inverno amazônico. Normalmente a covid tem corrido primeiro lá”, frisa.

A chegada da nova cepa é reconhecida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) como uma ameaça que se tornará realidade em breve. A preocupação é maior com as pessoas não vacinadas e crianças. De acordo com a pasta, somente 15,2% das crianças goianas entre três e quatro anos receberam a primeira dose da vacina, enquanto 5,1%  foram imunizadas pela segunda dose.

Novas doses devem chegar em breve para atender a demanda reprimida. Recentemente, milhares de doses foram descartadas por falta de procura dos pais e responsáveis pelos menores. Em 24 horas, houve 4.042 novos casos de covid e 47 óbitos confirmados pelo Ministério da Saúde. A maior parte é em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A assessoria de imprensa da Unimed em Goiás confirmou à reportagem do Diário do Estado que houve aumento do número de exames positivos para covid.  

Marcelo não acredita que a versão atual da doença seja mais grave. Segundo o médico, os relatos de ocorrência na França, com perfil de vacinação semelhante ao braisleito, indicam mais pessoas doentes, mas sem necessidade de muitas  intervenções médicas. Nos Estados Unidos, a BQ.1 já é dominante. 

“Apesar disso, sempre haverá casos graves por causa dos idosos, que podem exigir internação e chegarem a óbito, mas não com a  intensidade da gama e da delta“, salienta Daher.

A provável terceira onda pode ocorrer em menos de um ano de confirmação da segunda, que foi provocada pelas cepas BA.4 e BA.5, atualmente predominantes no Brasil. A primeira ocorreu em dezembro de 2021 pela variante BA.1 da ômicron.

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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