Goiás é o segundo estado com maior número de mortes por dengue no Brasil

Em 2023, Goiás registra mais casos de dengue do que em todo o ano de 2021

Os goianos estão quase liderando uma desconfortável e preocupante lista. Entre os 26 estados e o Distrito Federal, Goiás se coloca em segundo lugar na maior quantidade de óbitos por dengue em 2022. Isso tudo em meio a um cenário negativo no âmbito nacional, sendo que o Brasil está próximo de bater o recorde de mortes pela doença em um só ano.

A dengue em Goiás e no Brasil

Até o dia 3 de dezembro, na Semana 48 do calendário epidemiológico, Goiás já registrou um total de 153 óbitos provenientes da dengue. Em primeiro lugar nos estados, aparece São Paulo, com 275 mortes pela doença. Vale lembrar que São Paulo tem uma população 575,1% maior, sendo que a diferença de óbitos em relação a Goiás é “apenas” 79,73% maior.

A quantidade de casos em Goiás no ano de 2022 é a maior desde que se tiveram início os registros da dengue. Até então, o recorde era de 2015, quando houve a confirmação de 104.870 casos. Em 2022, considerando que o ano ainda não acabou, a quantidade de casos já chega a 182.884.

Quantos às mortes, Goiás também vive recorde negativo. Com os 153 óbitos, o ano de 2022 ultrapassou com folga o ano de 2015, quando 102 pessoas morreram pela doença no estado. Os cinco municípios goianos com mais óbitos por dengue em 2022 são Goiânia (41), Aparecida de Goiânia (12), Anápolis (11), Catalão (10) e Jataí (8).

Além disso, Goiás emplacou duas cidades entre as cinco com maior quantidade de casos de dengue no Brasil. São elas Goiânia, a qual surge com 53.796 casos (3.458,2 a cada 100 mil habitantes), e Aparecida de Goiânia, com 25.138 casos (4.176,8 a cada 100 mil habitantes). Acima dos dois municípios, está somente Brasília, com 67.274 casos (2.174,1 a cada 100 mil habitantes).

Com três cidades na lista das cinco com mais casos de dengue no Brasil, a Região Centro-Oeste apresenta a maior taxa de incidência da doença. São 1.993 casos a cada 100 mil habitantes, enquanto o Sul tem 1.043,3 casos na mesma proporção. Sudeste apresenta 512,7 casos a cada 100 mil habitantes, o Nordeste tem 420,5 e o Norte, 253,2.

Brasil perto de recorde de mortes

Goiás já quebrou os recordes negativos de casos e óbitos por dengue em um ano, e o Brasil como um todo está seguindo o mesmo caminho. Neste momento, já são 978 óbitos confirmados. A maior marca é de 2015, quando 986 pessoas morreram pela doença. Vale ressaltar que, neste momento, 98 casos de possíveis mortes por dengue estão sob investigação do Ministério da Saúde.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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