Goiás fecha acordo com Japão para exploração de terras raras: destaque mundial

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Goiás negocia acordo com Japão para exploração de terras raras

Ao DE, Ronaldo Caiado afirmou que Goiás sairá na frente com a parceria. O projeto de lei que firmou a parceira entre Goiás e Japão foi sancionado pelo governador Ronaldo Caiado na quarta-feira (27)

Durante visita de representantes do Governo do Japão a Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União) falou sobre a negociação entre as partes para a exploração de terras raras em Minaçu, no norte do estado.

Ao DE, Caiado afirmou que o Brasil está vivendo uma época colonial na exploração do material e que Goiás sairá na frente dos demais estados buscando a parceria. O projeto de lei que firmou a parceira entre Goiás e Japão foi sancionado pelo governador Ronaldo Caiado na quarta-feira (27).

“Estamos buscando a tecnologia japonesa e um fundo de pesquisa mineral. Com isso, nós queremos transformar as terras raras. E que cumpra todas as etapas, são cinco etapas, para que você tenha a separação dos metais,” disse Ronaldo Caiado.

As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (28), no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia.

Segundo o governador, hoje os metais mais procurados são o disprósio e o térbio. “Imagina a indústria brasileira desenvolvendo baterias, podendo desenvolver tudo aquilo, tubos de ressonância, motores de eólica, tudo isso depende exatamente destes minerais,” comentou Caiado.

Segundo o embaixador Teiji Hayashi ao DE, poucos países refinam as terras raras atualmente, incluindo o Japão e a China, que é atualmente a maior detentora do recurso. Teji explicou que umas das intenções do país com o estado é reduzir a dependência japonesa do recurso advindo da China.

Terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos encontrados em abundância na natureza. Eles ganham status de raros devido à dificuldade de separar sua forma pura dos minerais onde se acumulam.

Terras raras: mineradora de Goiás conquista destaque mundial na mineração

De acordo com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, ficando atrás apenas da China. O país asiático é responsável por mais de 60% da produção global e quase 90% do refino desses elementos.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM), em Minaçu, é a única mineradora fora da Ásia a produzir em escala comercial os quatro elementos magnéticos essenciais. A mineradora produz um concentrado de terras raras com alta proporção de disprósio (Dy) e térbio (Tb), além de neodímio (Nd) e praseodímio (Pr). A cidade tem um depósito de terras raras em argila iônica.

A partir de um projeto de implantação de um parque industrial da Sama Minerações Associadas na região da Serra da Cana Brava, na década de 1960, houve a formação de um povoado que posteriormente foi chamado de Minaçu, no extremo norte do estado. O nome tem origem tupi-guarani e significa Mina Grande.

O município conquistou a sua emancipação política em 1976. A indústria é a principal base da economia local.

O amianto continuou a ser o grande foco do município até a proibição do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2017, foram consideradas válidas cinco leis estaduais e uma municipal que restringiam ou impediam a extração e o uso do amianto crisotila.

O julgamento foi concluído em fevereiro de 2023, quando o Plenário confirmou a inconstitucionalidade da norma federal que autorizava a extração, a industrialização, a comercialização e a distribuição da crisotila. Mesmo assim, em 2024, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) estabeleceu um prazo de cinco anos para o encerramento das atividades de extração e beneficiamento do amianto na mina de Cana Brava.

As terras raras emergiram com uma nova possibilidade econômica em Minaçu. Ao DE, o prefeito Carlos Leréia (PSDB) disse que “com o banimento do amianto no Brasil, que já não se usa mais, apenas para vender para fora, está surgindo aqui na nossa cidade com investimento de aproximadamente R$ 3 bilhões, a Serra Verde”.

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