Goiás investe R$ 16 milhões em pesquisa e sustentabilidade no rio Araguaia

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) está investindo cerca de R$ 16 milhões no programa Araguaia Vivo, destinado à preservação e sustentabilidade da bacia do rio Araguaia.

O projeto, iniciado em julho de 2023 e com conclusão da primeira fase prevista para julho de 2026, abrange pesquisa científica, educação ambiental, inovação tecnológica e levantamento da biodiversidade, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável na região.

Executado pela Tropical Water Research Alliance (TWRA), uma organização científica sem fins lucrativos, o programa tem a coordenação dos biólogos Mariana Pires de Campos Telles e Ludgero Cardoso Galli Vieira. Mariana explica que o programa inclui 11 atividades, parte delas com uso de tecnologias avançadas, como estudo de DNA ambiental (eDNA), sensoriamento remoto e drones.

“Esperamos que as comunidades possam se apropriar dos conhecimentos e técnicas que estão sendo desenvolvidas”, diz.

TURISMO E PESCA NO RIO ARAGUAIA

Durante a temporada do Araguaia, a equipe do subprojeto Turismo e Pesca, liderada pelo professor Fabrício Barreto Teresa, está monitorando espécies de peixes e o perfil dos turistas.

“Pescadores serão entrevistados pela nossa equipe que busca informações sobre quais as espécies capturadas, o tamanho desses peixes, a quantidade pescada, o tempo que ficaram pescando, entre outras”, detalha Fabrício.

Os pesquisadores envolvem guias turísticos locais na coleta de dados. O trabalho é realizado nas regiões dos municípios de Aruanã, Bandeirantes, Luiz Alves e São Félix do Araguaia e vai gerar dados inéditos sobre a pesca esportiva ao longo do rio.

Os resultados parciais já apontam para a realização de aproximadamente 400 pescarias registradas e a identificação de espécies ameaçadas de extinção.

O presidente da Fapeg, Marcos Arriel, enfatiza o impacto transformador do investimento.

“O apoio ao projeto é fundamental para a conservação do nosso patrimônio natural. Estamos investindo em pesquisa científica de ponta para garantir um futuro sustentável para o rio Araguaia e suas comunidades. Mas este esforço não só protege o meio ambiente, também impulsiona o desenvolvimento econômico e social da região”, ressalta Arriel.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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