Última atualização 01/10/2022 | 17:13
Em escalada em Goiás, a varíola dos macacos já registra 1.609 casos no estado. Em apenas três semanas, foram 1,2 mil notificações, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES). O primeiro registro da doença em solo goiano foi em 18 de agosto. Apesar da alta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que o cenário é de estabilização e tendência de queda.
O Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiro (Lacen), da própria SES-GO, está realizando os testes para a detecção da varíola dos macacos há duas semanas. Serão realizados em média 96 exames por dia, a depender da demanda. Os pacientes aguardam apenas 72 horas para a divulgação do resultado. Antes as amostras eram enviadas para Brasília, o diagnóstico ficava pronto em sete dias.
Uma vacina contra a doença foi analisada pelo Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A conclusão foi de que é altamente eficaz e garante proteção em até duas semanas após a aplicação da dose. Uma das preocupações das autoridades em todo o mundo é conter a chamada “monkeypox”, principalmente pelos efeitos considerados apontados em um estudo publicado na revista científica eClinicalMedicine. Cerca de 3% das pessoas infectadas passam a apresentar inflamação no cérebro e danos neurológicos.
A principal forma de proteção é evitar contato direto com pessoas contaminadas. Lembrando que a principal forma de transmissão ocorre através do contato pele/pele, pessoal, ou obviamente através do contato com objetos pessoais de um paciente que está infectado com a varíola dos macacos.
A varíola dos macacos é causada por um vírus que causa sintomas com duração entre duas e quatro semanas. Os pacientes costumam apresentar febre súbita, forte e intensa, dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e aparecimento de gânglios na região do pescoço, na região axilar e perigenital. A manifestação na pele é chamada de papulovesicular uniforme, que são feridas ou lesões pelo corpo.
A transmissão ocorre principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados. A doença foi diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado, na década de 60, que não tem nada a ver com macacos. Na verdade, ela foi identificada em macacos e, por isso, ficou conhecida no mundo científico como “varíola dos macacos”.
Já houve surtos curtos de varíola dos macacos em alguns países, como, por exemplo, nos Estados Unidos. Atualmente ocorre o primeiro grande surto em países não endêmicos, ou seja, países que não são da África Central e da África Ocidental, com circulação sustentada do vírus que causa a varíola dos macacos.