Goiás ocupa 3º grupo de estados com mais mortes violentas de pessoas LGBTI+

O grupo formado por Goiás, Rondônia, Piauí, Roraima, Amapá, Pará, Paraíba e Distrito Federal registrou entre 1 e 1,99 óbitos violentos de pessoas LGBTI+ por milhão de habitantes em 2022. O número integra um dossiê de um Observatório sobre o assunto. De acordo com o documento, 273 brasileiros foram assassinados, se mataram ou faleceram em desastres devido à orientação sexual. A maioria das vítimas era travesti e mulher transexual.

 

As estatísticas apontam tendência de queda nos índices desde 2017, quando houve 445 mortes do público LGBTI+. O Observatório destaca no relatório que não descarta subnotificação de casos em relação ao registro e por omissão da da identidade de gênero e da orientação sexual. A pesquisa ainda identificou diversos tipos de violência LGBT, como agressões físicas e verbais, negativas de fornecimento de serviços e tentativas de homicídio.

 

Em termos de mortes de LGBTI+ , o Brasil é o país com mais registro no mundo. No quesito criminalização das relações afetivas dessa comunidade, 13 países têm pena de morte (Sudão, Irã, Arábia Saudita, Iêmen, Mauritânia, Afeganistão, Paquistão, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iraque, partes da Síria, partes da Nigéria e partes da Somália).

 

No levantamento consta uma série de ações sugestivas para combater ativamente a LGBTfobia. A lista de estratégias é formada por votar com consciência, defender políticas públicas para garantir a melhoria na prestação de serviços públicos para a comunidade LGBTI+, denunciar as violências e mortes desse público e apoiar artistas e figuras públicas da comunidade LGBTI+.

 

O trabalho foi realizado por meio de uma base de dados compartilhada pelo Acontece Arte e Política LGBTI+, Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT ).

 

Óbitos violentos por milhão de habitantes

 

1º: Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Alagoas

2º: Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Pernambuco, Sergipe, Maranhão

3º: Goiás, Rondônia, Piauí, Roraima, Amapá, Pará, Paraíba, Distrito Federal

4º: Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul

5º: Tocantins, Acre 

 

Total de mortes no ano passado: 273, sendo 228 por assassinato, 30 por suicídio e 15 por outras razões

 

Mortes violentas de LGBTI+ por ano

2017: 445

2018: 420

2019: 329

2020: 237

2021: 316

2022: 273

 

Fonte:  Observatório de Mortes e Violências contra LBGTI+ no Brasil

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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