Goiás participa da Semana de Vacinação nas Américas

Semana de Vacinação nas Américas reforça a importância de pais ou responsáveis vacinarem crianças e adolescentes (Foto: Arquivo SES-GO)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) une-se à Organização Panamericana de Saúde (Opas) para reforçar a importância da imunização contra doenças preveníveis, como dengue, influenza e Covid-19, na 22ª Semana de Vacinação das Américas e 13ª Semana Mundial de Imunização.

Com o lema “Proteja o Futuro: Vacine-se”, a campanha, que vai de 20 a 27 de abril, visa realizar ampla mobilização para melhorar os indicadores vacinais, destacando a importância da imunização para reduzir óbitos e casos graves de inúmeras doenças. Mais infomações aqui.

Em Goiás, a força-tarefa é realizada, especialmente, no combate à dengue, doença que registra sucessivos recordes de casos e óbitos em todo o país. Entre as ações criadas pelo Governo de Goiás, estão o Gabinetes de Crise e o prêmio Zé Gotinha do Cerrado, que destaca os municípios que mais vacinam sua população.

O Estado também seguiu recomendação do Ministério da Saúde (MS) e ampliou a faixa etária elegível para a vacinação contra a dengue em pessoas de 4 a 59 anos. A medida foi adotada para aproveitar as vacinas que vão vencer até dia 30 de abril.

Vacinação contra dengue

Goiás recebeu 158.505 doses, das quais foram aplicadas 93.580, totalizando 60,4% do quantitativo recebido do MS. A ampliação vigora até o fim das doses remanescentes, distribuídas pelos 246 municípios goianos. As pessoas que se vacinarem terão garantida a segunda dose, que deverá ser administrada após 90 dias. As próximas remessas do imunizante voltarão ao público-alvo estipulado inicialmente, de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, conforme orientação do MS.

Com a alta procura pela vacina nos postos municipais, a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, entende que a decisão do MS é positiva ao garantir que todas as doses sejam aproveitadas, elevando o número de pessoas imunizadas e garantindo que não haja perda.

“É uma vacina de alto custo e que gera proteção para os quatro sorotipos da dengue, uma doença que está causando várias mortes”, lamenta, ao lembrar as 117 mortes registradas e outras 151 que estão em investigação.

Goiás já registrou 222.106 casos notificados, dos quais 109.978 foram confirmados.

“Não podemos baixar a guarda”, lembra a superintendente, referindo-se aos gestores públicos e à população. “Mesmo com diminuição de casos, a gente precisa se atentar para o controle do vetor, combatendo os criadouros”, reforça.

Influenza

Outra preocupação é a influenza, com a chegada do tempo frio e seco. “É importantíssimo que a população procure a vacinação, porque agora começa a fase de aumento das internações por infecções respiratórias. A vacina reduz os casos graves”, aconselhou o secretário Rasível Santos.

“Quando a população vacina, mesmo que a pessoa tenha a doença, ela tem menos gravidade e se interna menos, então é possível proteger os hospitais para atender os casos mais graves e evitar que essa sazonalidade interfira tão significativamente nos atendimentos do sistema de saúde”, explica Flúvia.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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