Goiás registra 228 casos de queimaduras graves e seis mortes em incêndios residenciais

Goiás já registrou 228 casos de queimaduras graves em incêndios residenciais neste ano

Está cada dia mais frequente os casos de queimaduras em incêndios urbanos, acidentes com velas ou até mesmo álcool. Apenas este ano, foram ao menos seis mortes noticiadas pelo Diário do Estado, com relação a esse tipo de acidente.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, até esta segunda-feira, 26, a equipe atendeu 228 casos de queimaduras em acidentes domésticos. A média mensal é de 25 acidentes por mês. Vale ressaltar, que a equipe só é acionada em casos, no qual a vítima está “com queimaduras graves ou gravíssimas”.

Os bombeiros explicam que quando os ferimentos são leves, as vítimas vão diretamente para o Pronto Socorro mais próximo da residência.

É importante lembrar, que em alguns casos o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é acionado. O Diário do Estado chegou a solicitar os dados para a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), no entanto, não obteve resposta.

Como evitar acidentes com queimaduras

Em função dos graves acidentes ocorridos este mês, um deles, que inclusive, resultou na morte de duas crianças, o Corpo de Bombeiros lançou um informativo para os cuidados no uso de velas.

De acordo com a Tenente Priscila, para evitar queimaduras e incêndios em casa, é importante deixar as velas fora do alcance de crianças e outros materiais que possam aumentar as chances de propagação do fogo.

“Nunca deixar próximo de roupas, lençóis, colchões e cortinas. No caso da cortina, se tiver próxima a corrente de ar, a cortina pode se movimentar, encostar na vela e dar início ao incêndio”, explica a tenente.

Ainda segundo a militar, uma opção para utilizar a vela, com segurança, é fixá-la “em pires ou um suporte e colocar dentro de prato grande ou outro material que não pegue fogo, com um pouco de água ao seu redor de forma que a chama apague quando cair.” Além disso, Priscila ressalta que não se deve dormir com a vela acesa.

Já em relação ao álcool, a tenente explica que a utilização dele deve ser extremamente restrita. E que sempre que possível, não seja combinado com fogo.

“Álcool com fogo não é recomendado. O resultado, com certeza, é acidente, é queimadura. Então, o melhor é evitar fazer o seu uso. O resultado disso é uma tragédia anunciada”, explica a tenente.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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