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Goiás registra alta de novos usuários de medicamento que previne HIV

Última atualização 24/04/2023 | 08:30

Goiás já registra quase um terço de aumento de novos usuários ao medicamento que previne o HIV comparado ao ano passado. A quantidade é 74,2% maior nos três primeiros meses deste ano em relação o primeiro trimestre de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O índice registrado no estado está bem acima do verificado em nível nacional, que teve elevação de 47%. Ao todo, 2.135 goianos já fizeram uso do remédio nos últimos 12 meses.

 

O perfil dos usuários indica que a maioria são pessoas de 30 a 39 anos de idade (41%), acima de 12 anos de escolaridade, gays e homens que fazem sexo com homens (80,9%) e negros (64,3%). O medicamento está disponível na rede pública de saúde, mas somente agora parece estar se popularizando. O infectologista Marcelo Daher lembra que parte dos jovens têm mais acesso à informação por meio da internet, porém desconhecem como se prevenir contra o HIV/Aids e os tratamentos acessíveis contra o vírus.

 

“Eles não se preocupam muito. As informações são pouco divulgadas, precisamos conversar mais a respeito”, destaca o médico.

 

O Prep-HIV é um comprimido com dois antirretrovirais que deve ser ingerido diariamente para impedir o HIV de infectar a célula porque há um “acúmulo” de droga no organismo. Embora eficaz, a orientação é não descartar o uso de preservativos e não compartilhar agulhas e seringas. O medicamento começa a fazer efeito em 7 dias para relação anal e em 20 dias de uso para relação vaginal. No Sistema Único de Saúde (SUS), os comprimidos são fornecidos gratuitamente a cada três meses. É possível comprar nas farmácias somente com apresentação de receita médica sob o custo de R$ 150, em média. 

 

Novos usuários do PREP-HIV em Goiás

-2023

460 (Janeiro: 165 / Fevereiro: 128 / Março: 167)

-2022

1.377 (Janeiro: 67 / Fevereiro: 81 / Março: 116 / Abril: 121 / Maio: 164 / Junho: 109 / Julho: 120 / Agosto: 131 / Setembro: 123 / Outubro: 110 / Novembro: 119 / Dezembro: 116)

 

Fonte: Painel PrEP, do Ministério da Saúde 

 

Abandono

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, 27% dos usuários descontinuaram o tratamento. Travestis são o público que mais abandona o consumo do medicamento (57%). Um levantamento da pasta apontou que 42% das pessoas que consumiram o comprimido consumiram álcool ou drogas nos tr|ês meses anteriores ao início da ingestão do Prep-HIV e 5% afirmou ter trocado sexo por dinheiro, objeto de valor, droga, moradia ou serviços no início do tratamento.  

 

O PrEP-HIV é voltado para gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoa que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais ou fazem sexo sem camisinha com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento, quem faz uso repetido de Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) e quem apresenta episódios frequentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Nenhum deles pode estar infectado.

 

Infecção por HIV

 

Em 2021, 1.470 pessoas foram diagnosticadas com HIV no estado de Goiás. Isso é o que mostra o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, publicado em dezembro do ano passado, pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. O documento até apresenta uma redução nos casos diagnosticados nos últimos anos, mas essa queda pode estar relacionada à subnotificação, devido à pandemia de Covid-19.

O maior registro de casos no estado ocorreu em 2018, quando 1.571 pessoas foram diagnosticadas com a infecção. Já em toda a região Centro-Oeste, o ano de maior ocorrência foi 2019, com 3.966 diagnósticos.

 

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) publicada em 2019, mostram que, das pessoas com 18 anos de idade ou mais que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% relataram usar preservativo em todas as relações sexuais. Outras 17,1% afirmaram usar às vezes e 59% dos entrevistados, nenhuma vez.

 

O HIV, causador da Aids,  transmitido através do sexo vaginal, anal  e oral sem camisinha, pelo uso de seringa por mais de uma pessoa, pela transfusão de sangue contaminado, da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação e por Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

 

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