Goiás registra alta de novos usuários de medicamento que previne HIV

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Goiás já registra quase um terço de aumento de novos usuários ao medicamento que previne o HIV comparado ao ano passado. A quantidade é 74,2% maior nos três primeiros meses deste ano em relação o primeiro trimestre de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O índice registrado no estado está bem acima do verificado em nível nacional, que teve elevação de 47%. Ao todo, 2.135 goianos já fizeram uso do remédio nos últimos 12 meses.

 

O perfil dos usuários indica que a maioria são pessoas de 30 a 39 anos de idade (41%), acima de 12 anos de escolaridade, gays e homens que fazem sexo com homens (80,9%) e negros (64,3%). O medicamento está disponível na rede pública de saúde, mas somente agora parece estar se popularizando. O infectologista Marcelo Daher lembra que parte dos jovens têm mais acesso à informação por meio da internet, porém desconhecem como se prevenir contra o HIV/Aids e os tratamentos acessíveis contra o vírus.

 

“Eles não se preocupam muito. As informações são pouco divulgadas, precisamos conversar mais a respeito”, destaca o médico.

 

O Prep-HIV é um comprimido com dois antirretrovirais que deve ser ingerido diariamente para impedir o HIV de infectar a célula porque há um “acúmulo” de droga no organismo. Embora eficaz, a orientação é não descartar o uso de preservativos e não compartilhar agulhas e seringas. O medicamento começa a fazer efeito em 7 dias para relação anal e em 20 dias de uso para relação vaginal. No Sistema Único de Saúde (SUS), os comprimidos são fornecidos gratuitamente a cada três meses. É possível comprar nas farmácias somente com apresentação de receita médica sob o custo de R$ 150, em média. 

 

Novos usuários do PREP-HIV em Goiás

-2023

460 (Janeiro: 165 / Fevereiro: 128 / Março: 167)

-2022

1.377 (Janeiro: 67 / Fevereiro: 81 / Março: 116 / Abril: 121 / Maio: 164 / Junho: 109 / Julho: 120 / Agosto: 131 / Setembro: 123 / Outubro: 110 / Novembro: 119 / Dezembro: 116)

 

Fonte: Painel PrEP, do Ministério da Saúde 

 

Abandono

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, 27% dos usuários descontinuaram o tratamento. Travestis são o público que mais abandona o consumo do medicamento (57%). Um levantamento da pasta apontou que 42% das pessoas que consumiram o comprimido consumiram álcool ou drogas nos tr|ês meses anteriores ao início da ingestão do Prep-HIV e 5% afirmou ter trocado sexo por dinheiro, objeto de valor, droga, moradia ou serviços no início do tratamento.  

 

O PrEP-HIV é voltado para gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoa que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais ou fazem sexo sem camisinha com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento, quem faz uso repetido de Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) e quem apresenta episódios frequentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Nenhum deles pode estar infectado.

 

Infecção por HIV

 

Em 2021, 1.470 pessoas foram diagnosticadas com HIV no estado de Goiás. Isso é o que mostra o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, publicado em dezembro do ano passado, pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. O documento até apresenta uma redução nos casos diagnosticados nos últimos anos, mas essa queda pode estar relacionada à subnotificação, devido à pandemia de Covid-19.

O maior registro de casos no estado ocorreu em 2018, quando 1.571 pessoas foram diagnosticadas com a infecção. Já em toda a região Centro-Oeste, o ano de maior ocorrência foi 2019, com 3.966 diagnósticos.

 

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) publicada em 2019, mostram que, das pessoas com 18 anos de idade ou mais que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% relataram usar preservativo em todas as relações sexuais. Outras 17,1% afirmaram usar às vezes e 59% dos entrevistados, nenhuma vez.

 

O HIV, causador da Aids,  transmitido através do sexo vaginal, anal  e oral sem camisinha, pelo uso de seringa por mais de uma pessoa, pela transfusão de sangue contaminado, da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação e por Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

 

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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