Goiás registra surto de H1N1 com mortes de crianças e adolescentes; escolas suspenderam aulas

Goiás enfrenta um surto de gripe H1N1 que resultou em pelo menos duas mortes de crianças, uma de 12 anos e outra de 5 anos, conforme informou a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). A adolescente faleceu em uma escola da capital no dia 13 de outubro, enquanto o menino, que estudava em uma instituição em Aparecida de Goiânia, morreu no dia 15. A SES-GO classificou a situação como um surto, que afeta principalmente as escolas, com 25 casos positivos relatados em Aparecida de Goiânia, onde o surto teve início após uma festa de Dia das Crianças.

A diretora da escola afetada alertou os pais e gestores sobre a gravidade da situação por meio das redes sociais, enfatizando que o vírus não deve ser subestimado e pedindo que crianças gripadas não frequentem as aulas. A Vigilância Sanitária foi acionada e já esteve na instituição, que suspendeu as aulas para evitar novos casos. A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida informou que os testes para a confirmação do H1N1 foram realizados em alunos, professores e funcionários com sintomas.

O secretário de saúde, Rasivel dos Reis Santos Júnior, destacou a importância de uma campanha de prevenção e a necessidade de afastar crianças e professores com sintomas gripais. Embora a gripe H1N1 seja comum nesta época do ano, a baixa adesão à vacinação é preocupante. Até agora, 500 mil doses foram disponibilizadas, mas a cobertura vacinal entre crianças, gestantes, puérperas e idosos permanece abaixo do ideal.

Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, reforçou a urgência da vacinação e a importância de medidas de prevenção, como a higienização das mãos e o uso de máscaras em locais públicos. Uma nova nota técnica será divulgada para orientar a população sobre cuidados e prevenção de epidemias, com ênfase na importância do diagnóstico e da imunização.

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Gripe Aviária: Como acontece a transmissão para seres humanos?

Com o aumento das infecções por gripe aviária em gado leiteiro e galinhas, os casos em humanos também têm crescido. Na quarta-feira, 18, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmaram o primeiro caso grave da doença em humanos.

Embora as infecções por gripe aviária em pessoas sejam raras, 61 casos já foram confirmados nos EUA neste ano, sendo que apenas três não envolvem trabalhadores de granjas avícolas ou leiteiras. O vírus da gripe aviária, como o H5N1, afeta principalmente aves, invadindo suas células por meio de açúcares presentes na superfície das células. Esse vírus tem se adaptado, infectando mamíferos, incluindo gado leiteiro.

De acordo com estudos, uma mudança genética no H5N1 poderia permitir que ele se ligasse aos ácidos siálicos encontrados no nariz e pulmões dos seres humanos, mas não é possível prever quando ou se isso acontecerá.

Transmissão para Humanos

Até agora, a transmissão do H5N1 para humanos ocorreu principalmente através do contato com aves infectadas. A maioria dos casos tem sido leve, mas o recente caso grave nos EUA, de uma pessoa na Louisiana, chamou atenção. O CDC revelou que o paciente teve contato com aves doentes e mortas em sua propriedade e continua hospitalizado em estado crítico. Não há registros de transmissão do H5N1 entre humanos no país.

A exposição ao vírus é mais comum em trabalhadores rurais e pessoas que mantêm criações em quintais. A gripe aviária é transmitida principalmente por meio da saliva, muco e fezes de aves, e o vírus pode se tornar aerotransportado quando o ambiente das granjas é agitado. A transmissão também pode ocorrer em salas de ordenha, com o risco de contaminação pelo leite cru não pasteurizado.

Riscos do Leite Cru

Embora não haja registros de infecção humana por meio do consumo de leite cru, patógenos como E. coli e salmonela podem ser encontrados nesse produto. A pasteurização elimina esses germes, mas a refrigeração não. Em um estudo da Universidade de Stanford, o vírus da gripe aviária foi encontrado capaz de infectar células por até cinco dias após a refrigeração do leite cru.

Prevenção e Cuidados

O CDC recomenda evitar o contato com aves ou outros animais doentes ou mortos e tocar superfícies contaminadas. Para quem trabalha com animais doentes, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é fundamental. Isso inclui óculos de proteção, luvas descartáveis, máscara facial N95, macacão e botas de borracha. Além disso, especialistas orientam a evitar o consumo de leite cru, preferindo produtos pasteurizados, e a garantir que ovos e aves sejam bem cozidos.

Essas medidas são essenciais para proteger a saúde humana e prevenir o aumento de infecções, especialmente à medida que o vírus continua a se adaptar e a afetar novos hospedeiros.

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