Goiás tem mais de 800 casos de intoxicação por medicamentos em 2022

intoxicação por medicamentos

Segundo balanço da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), foram registrados 806 casos de intoxicação por medicamentos neste ano, até o dia 2 de junho. Esses são os menores números neste período desde 2017. Os principais índices possuem relação com tentativa de suicídio e circunstâncias acidentais.

Dados parciais de intoxicação por medicamento

No gráfico parcial de intoxicação por medicamentos em 2022, 578 casos (71,71%) são provenientes de tentativas de suicídio. 179 (22,2%) são por circunstâncias acidentais, com os outros motivos aparecendo com menor frequência.

Erro de medicação (troca de embalagens, erro na dose ou outros), abuso, automedicação (iniciativa do próprio paciente e/ou cuidador, ou indicação de pessoa não autorizada), violência/maus tratos/homicídio, uso terapêutico e uso indevido são as outras circunstâncias que entraram em análise.

Dentro da tentativa de suicídio, 435 casos (75,26%) acometeram mulheres, e 143 (24,74%) foram de homens. Quanto à faixa de idade, a maior parte foi de jovens entre 20 e 29 anos, com 199 casos (34,42%). Jovens entre 15 e 19 anos, com 115 casos (19,89%), e adultos de 30 a 39 anos, com 101 casos (17,47%), sucedem a lista.

Além disso, houve um caso de tentativa de suicídio de um menor de 1 ano e um caso de uma criança entre 5 e 9 anos. Nas circunstâncias acidentais de intoxicação por medicamento, 108 casos (60,33%) afetaram crianças de 1 a 4 anos, e 57 (31,84%) tiveram crianças de 5 a 9 anos como vítimas.

Analisando as 806 intoxicações por medicamento até 2 de junho de 2022, 361 (44,4%) culminaram em manifestações clínicas leves. Foram 14 casos de manifestações clínicas graves (1,7%) e três óbitos (0,4%).

Significados por trás dos números

Levando em conta os dados da SES-GO desde 2017, este ano vem sendo aquele com menos casos até o momento. Todos os meses de janeiro a maio tiveram menor incidência em relação a esse mesmo período de 2017 a 2021.

Analisando o ano como um todo, 2019 foi aquele com o maior número de casos de intoxicação por medicamentos desde que a SES-GO começou a reunir esses dados, com 6.573. Em seguida, respectivamente, foram 2021 (5.570), 2020 (4.835), 2018 (4.468) e 2017 (3.948).

Para especialistas ouvidos pelo DE, uma possível diminuição de casos neste ano, em comparação ao mesmo período de anos anteriores, é um tanto quanto surpreendente. A impressão generalizada é de aumento gradual da ingestão de substâncias.

Como o ano de 2022 possui 806 casos em cinco meses, é uma média de 161,2 casos por mês. Se essa média se mantiver até o fim do ano, o registro de intoxicação por medicamentos ficaria com pouco mais de 1.100 casos no total, uma diminuição significativa em relação a anos anteriores. Isso, porém, não passa de conjectura, pois existe sempre a possibilidade dos números dispararem nos próximos meses.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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