Goiás tem quase 12 mil pessoas em áreas de risco; maioria na capital

área

O estado de Goiás tem 120 áreas de risco com 11. 657 pessoas morando nesses locais. A maior parte das cidades com potencial elevado para erosões, deslizamentos, inundações e queda são Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Novo Gama, Silvânia e Formosa. Na capital, há 24 locais catalogados como impróprios para o assentamento humano onde vivem 5.221 famílias. A estatística do painel do Serviço Geológico do Brasil (SGB). 

 

Grande parte dos espaços apontados no levantamento no estado apresentam risco alto (78,33%), enquanto os demais são de risco muito alto (21,67%). O problema recorrente é erosão (45), seguido de deslizamento (36), inundação (28), enchente (5), enxurrada (5) e, por fim, queda (1).

 

Em todo o País, 3,9 milhões de pessoas estão na mesma situação em 13.297 pontos considerado inadequados para moradia. Desse total, 4 mil locais apresentam “risco muito alto” e outras 9.291 para “risco alto” por algum tipo de ameaça à vida da população. Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo lideram a lista. O relevo marcado por montanhas nesses estados ajuda a explicar o alto número de exposição das famílias. As cidades de Ouro Preto (MG), Nova Friburgo (RJ) e Brusque (SC) são campeãs no ranking brasileiro.

 

“Os municípios estão parcialmente assentados sobre terrenos inclinados, morros e regiões serranas e naturalmente são áreas sujeitas a processos de instabilização de encostas – os deslizamentos. Além disso, são estados que têm [áreas] hidrográficas consideráveis, com rios bastante importantes e grandes terrenos ocupados nas margens desses rios, o que sujeita a população a sofrer com os eventos de inundação”, explica o coordenador executivo do Programa de Cartografia de Áreas de Risco Geológico do SGB, Julio Lana.

 

Cidade Quantidade de áreas de risco Total de pessoas afetadas Tipo de risco em ordem crescente
Goiânia 24 (15 em risco e 9 em risco alto) 5.221 inundação, erosão, deslizamento e queda
Anápolis 23 (12 em risco e 11 em risco alto) 1.251 erosão, deslizamento e inundação
Aparecida de Goiânia 18 (16 em risco e 2 em risco alto) 1.103 erosão, deslizamento e inundação
Novo Gama  9 (todas em risco) 388 deslizamento  e erosão
Silvânia 9 (todas em risco) 864 erosão e deslizamento 
Formosa 8 (6 em risco e 2 em risco alto) 268 inundação, deslizamento e erosão 

Fonte:  Serviço Geológico do Brasil

Monitoramento constante

 

A Defesa Civil de Goiânia tem 99 pontos de alagamento da capital e 27 áreas de risco monitorados com regularidade. Algumas medidas preventivas ajudam a evitar situações extremas por meio de correções e intervenções para eliminar os riscos já existentes ou evitar o surgimento de novos, como a limpeza do sistema de drenagem na tubulação das redes pluviais em Goiânia.

 

“Existem locais que possuem um risco maior de grandes alagamentos. Já outros lugares, além dos riscos hidrológicos, há também os riscos geológicos. Estes pontos são descobertos durante o período chuvoso, já o planejamento para diminuir o risco é realizado durante a estiagem do ano seguinte”, explica o coordenador operacional do órgão municipal, Anderson Souza.

 

O verão em Goiás deve ser marcado por muita chuva. A previsão é que a estação alcance registros acima da média, exceto no oeste do estado, e que as temperaturas se mantenham altas. O tempo deve sofrer influência da La Niña, um fenômeno climático que resfria as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e reflete diretamente na região Centro-Oeste.

Um plano de contingência está sendo executado pelo governo estadual. Cerca de 280 municípios passam ou passaram por serviços preventivos, como construção de bueiros e pontes, roçagem, revitalização de sistemas de drenagem, operação tapa-buraco, recuperação de pavimentos asfálticos, levantamento de greide e terraplenagem em trechos em leito natural.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Um em cada cinco brasileiros vive de aluguel, aponta o IBGE

Censo 2022: 1 em 5 Brasileiros Moram de Aluguel

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados do Censo Demográfico 2022 que mostram um aumento significativo no número de brasileiros que moram de aluguel. De acordo com a pesquisa “Censo Demográfico 2022: Características dos Domicílios – Resultados preliminares da amostra”, publicada nesta quinta-feira, 20.9% da população brasileira vive em domicílios alugados, o que representa o maior percentual observado nos últimos 42 anos.

Essa porcentagem é superior à registrada no Censo de 2010, quando 16.4% da população vivia de aluguel. Em números absolutos, foram 42.167.279 pessoas a declarar que moram de aluguel em 2022, um aumento de 35% em relação a 2010, quando esse número era de 31.154.956. Em comparação com o ano 2000, houve um crescimento de 104.31%, quando 20.638.682 pessoas viviam de aluguel.

O número de residências alugadas também disparou, atingindo 16.111.359 em 2022, um aumento de 56% em relação a 2010, quando eram 10.326.941, e 158% superior ao registrado em 2000, com 6.238.673 residências alugadas.

A tendência de aumento no aluguel reflete uma mudança significativa nas preferências e condições de moradia dos brasileiros. Enquanto 72.7% da população (146.9 milhões de pessoas) ainda reside em domicílios próprios, essa porcentagem representa um recuo de 3.3% em relação a 2010, quando 75.2% viviam em casas próprias.

Esses dados indicam que o mercado imobiliário brasileiro está passando por transformações, com mais pessoas optando por morar de aluguel do que em décadas anteriores.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp