Última atualização 16/05/2023 | 15:26
O salário das goianas foi 31,5% menor em relação ao pago a homens em 2022. O rendimento das mulheres era de R$ 1.998 e o deles alcançou R$ 2.936, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O padrão no estado foi semelhante ao apontado em nível nacional, quando um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o rendimento médio mensal das mulheres no mercado de trabalho brasileiro no ano passado é 21% menor do que o dos homens.
De acordo com a pesquisa, a variação de rendimento também foi identificada entre pessoas com cor de pele e nível de instrução diferentes. A renda média da população goiana no ano passado foi de R$ 2.545. Apesar disso, os trabalhadores negros tiveram ganhos de R$ 2.064 – o montante é 62,6% inferior ao da média da população branca no estado, que chegou a R$ 3.146 mensais. A diferença de renda considerando a escolaridade chegou a 28,8%. Os graduados receberam R$ 4.610 e o grupo dos sem instrução ficou em R$ 1.327.
O levantamento do Dieese mostra que a maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres: dos 75 milhões de lares, 50,8% (38,1 milhões de famílias) tinham liderança feminina. Já as famílias com chefia masculina somaram 36,9 milhões (49,2%). As mulheres negras lideravam 21,5 milhões de lares (56,5%) e as não negras, 16,6 milhões (43,5%), no terceiro trimestre do ano passado.
Em termos de renda média do trabalho da família, os domicílios de casais com e sem filhos receberam os maiores valores (R$ 4.987 e R$ 4.898, respectivamente). Já as famílias formadas por mulher não negra com filhos têm renda de R$ 3.547; e por mulher negra com filhos, R$ 2.362. Já as famílias de homem não negro com filhos têm renda de R$ 4.860; e de homem negro com filhos, R$ 2.923.
“Os indicadores mostraram o que se vivencia na prática: um contingente de mulheres que ganha menos se insere de forma precária e leva mais tempo em busca de colocação no mercado de trabalho. Esse quadro faz com seja perpetuada a situação de vulnerabilidade não só da mulher chefe de família, mas de todos os familiares, com a transferência de milhares de crianças e jovens da escola para o mercado de trabalho, para que contribuam com a renda da família”, destaca a pesquisa do Dieese.
De acordo com a entidade, para mudar esse cenário será necessário reforçar políticas transversais de igualdade de gênero, garantir igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, reduzir a desigualdade econômica e aumentar o número de mulheres em posição de liderança.
Variação de rendimento entre homens e mulheres em 2022
Brasil: Mulheres – R$ 2.303 / Homens – R$ 2.920
Goiás: Mulheres – R$ 1.998 / Homens – R$ 2.936
Fonte: IBGE