O desperdício de água em Goiás foi o mais baixa do Brasil em 2021, de acordo com o Instituto Trata Brasil. Um estudo nacional apontou que o estado conseguiu reduzir as perdas e chegar a 28,54%, enquanto no Amapá o percentual fica em 74,84%. Na prática, o efeito é socioambiental. A economia na rede goiana evitou a eliminação irracional da quantidade equivalente a 146 piscinas olímpicas.
A média de vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados que causam a perda de água chega a 40% no Brasil. Os números parecem difíceis de mensurar, mas o desperdício se torna mais visível e impactante quando se considera o montante de brasileiros sem acesso à água tratada (33 milhões). Diariamente, 8 mil piscinas olímpicas de água tratada são eliminadas inadequadamente no País.
Em Goiás, 95% dos municípios são atendidos pela Saneago. A Companhia acompanha a rede em tempo real e envia técnicos a pontos críticos para evitar perdas de água. São cerca de 240 válvulas inteligentes instaladas para controlar a pressão do líquido e evitar vazamentos. O trabalho é essencial também para minimizar os reflexos da estiagem, que pode durar mais de 100 dias.
Aparecida de Goiânia e de Goiânia lideram os padrões de excelência em perdas de água. Os dois municípios mais populosos de Goiás têm menos de 25% em perdas na distribuição e de 216 L/ligação/dia em perdas volumétricas. A lista contém 43 cidades com mais de 100 mil habitantes. Em terceiro lugar está Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
O estudo foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2021) e compreende uma análise das cinco macrorregiões brasileiras nas 27 Unidades da Federação e também dos 100 municípios mais populosos do país, que figuraram no Ranking do Saneamento 2023.
Indicador mais comumente utilizado para a análise geral de perdas no país, o Índice de Perdas na Distribuição tem apresentado, ano após ano, uma piora, inclusive de modo mais incisivo nos anos recentes, evidenciando a necessidade de maiores esforços nesse sentido. Entre 2017 e 2021, houve um aumento de dois pontos percentuais no indicador, situação preocupante.
“Gatos”
As ligações de água clandestinas totalizaram 5.398 mil registros em Goiânia nos últimos três anos. Em Goiás, os famosos “gatos” chegaram a 39.584 domicílios atendidos pela Saneago entre 2019 e 2022. A maior parte das irregularidades ocorre na região do entorno do Distrito Federal, de acordo com a empresa. A prática aparentemente inofensiva pode desencadear problemas de saúde e ainda pesar no bolso do contribuinte que não comete o furto.