Goiás vai receber primeiros 20 pacientes de Manaus com Covid-19

Nesta sexta-feira, 15, Goiás vai receber 20 pacientes de Manaus diagnosticados com Covid-19. Os pacientes serão internados no Hospital das Clínicas, que é gerido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. Outras 100 pessoas contaminadas pelo coronavírus deverão vir para o estado.

A transferência ocorre por conta da falta de oxigênio hospitalar no Amazonas, motivada pela explosão de casos da doença. Outros quatro estados e o Distrito Federal também devem abrigar pacientes temporariamente.

A expectativa inicial era de que um voo saísse de Manaus com destino a Goiânia na madrugada desta sexta-feira. A transferência não ocorreu pois não havia oxigênio para o transporte dos pacientes, segundo informou o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino. Entretanto, o trajeto deve ser realizado ainda hoje.

De acordo com ele, os 20 primeiros leitos do Hospital das Clínicas já estão prontos para receber os pacientes. O governador Ronaldo Caiado, por sua vez, afirmou, por meio das redes sociais, que Goiás tem capacidade para receber todos os 120 pacientes.

“Durante a pandemia, não medimos esforços para estruturar a saúde de Goiás e cuidar da nossa gente. É isso que nos permite receber 120 pacientes de Manaus, 20 já por agora. Manaus sofre com a falta de oxigênio e de leitos”, explicou o governador. Caiado ressaltou, ainda, que o atendimento aos goianos não será impactado, uma vez que o estado tem “boa capacidade de leitos”.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp