Goiatuba: policiais cumprem mandados de busca e apreensão contra vereadores e empresários

Goiatuba: policiais cumprem mandados de busca e apreensão contra vereadores e empresários

A cidade de Goiatuba foi sede de uma super operação policial que resultou na apreensão de duas armas de fogo, documentos e celulares nesta sexta-feira, 15. Os materiais serão periciados para confirmar fraudes em licitações com superfaturamento e contratação de empresas fantasmas pela Câmara Municipal, por vereadores e empresários locais.

As investigações começaram no ano passado quando foram verificadas compras muito acima do normal de combustíveis, alimentos, produtos de limpeza e de higiene mesmo as atividades suspensas na sede do Legislativo de Goiatuba. Um detalhe observado pelos policiais é a pequena quantidade de servidores da Casa, incompatível com a lista de compras.

Uma das aquisições mais anormais foi a de combustível em março do ano passado. A quantidade seria suficiente para percorrer mais de mil quilômetros por dia com o único veículo oficial. Em pelo menos 11 licitações dispensadas no período há indícios de fraude.

Foram realizadas buscas em 23 endereços no município, entre comércios, residências e a própria Câmara Municipal de Vereadores. A próxima etapa é apurar o valor exato dos prejuízos causados aos cofres públicos. A Operação Sétimo Mandamento da Polícia Civil foi direcionada ao enfrentamento a crimes do colarinho branco.

Confira parte da lista de compras suspeita feita pela Câmara de Goiatuba

-Combustível suficiente para percorrer 1 mil quilômetros por dia com o único veículo oficial apenas no mês de março
-17.300 luvas descartáveis
-9400 máscaras descartáveis
-850 litros de álcool em gel
-600 galões de 20 litros de águas equivalente a 12 mil litros (não há no local bebedouro para esse tipo de vasilhame)
-19 mil unidades de copos de água 200ml
-3600 garrafas de 500ml
-200 coroas fúnebres
-500 botões de rosa
-1 mil unidades de esponja dupla face
-80 rodos
-80 vassouras
-2 mil esponjas de aço
-400 litros de água sanitária
-350 de desinfetante
-900 pacotes de saco de lixo
-2400 rolos de papel higiênico de 30 metros
-100 rolos de papel higiênico (um rolão tem 300 metros, totalizando 30 mil metros)
-500 unidades de detergente
-3,5 tonelada de açúcar (700 pacotes de 5 kg)
-50 unidades de adoçantes
-450 kg de café
-300 kg de bolacha
-800 unidades de refrigerantes de 2 litros (1.600 litros)
-1 mil caixas de suco
-1 mil caixas de leite
-250 unidades de margarina
-100 kg de queijo
-100 kg de presunto

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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