Golpe do intermediário alerta para perigos de compras online; saiba o que é

Golpe do intermediário alerta para perigos de compras online; saiba o que é

De tempos em tempos, surgem novos golpes capazes de pegar as pessoas desprevenidas. É o caso do “golpe do intermediário”. Nas redes sociais, a Polícia Civil do Estado de Goiás alertou sobre os perigos nas compras online. Por isso, o Diário do Estado (DE) entrou em contato com o delegado Paulo Ludovico, do Grupo de Repressão a Estelionatos, para entender melhor a situação.

Como funciona o golpe do intermediário?

Geralmente, o golpe do intermediário tem a participação de mais de uma pessoa. Comumente, mais do que três. De acordo com Paulo Ludovico, o golpe surgiu com o advento da Internet, e ficou bastante popular na transação e comercialização de objetos. Aparelhos celulares, móveis, veículos e até mesmo apartamentos e gado estão entre os itens.

“Inicialmente, um integrante do grupo criminoso vê um anúncio ou então toma conhecimento. No caso de gado, de um rebanho à venda em determinada cidade. No caso de objetos, por anúncios nas plataformas de e-commerce. Ele (criminoso) vê aquele anúncio por um preço X, entra em contato com o anunciante original e pede em seguida para fechar o negócio com ele e retirar o anúncio da plataforma”, descreve o delegado.

Em seguida, o golpista clona o anúncio com o mesmo produto, utilizando dados e imagens iguais. A única diferença está no valor, que passa a ser menor, e no telefone de contato para o andamento da transação. Então, potenciais vítimas entram em contato, e se iniciam as tratativas do negócio.

Na sequência, o golpista inventa uma história, dizendo que possui um crédito, ou até mesmo um débito, com o proprietário do produto. O criminoso prossegue falando que não é o responsável direito pelo produto, indicando o próprio proprietário em questão. As partes combinam de não conversar sobre valores em um encontro presencial.

Assim, o interessado vai ao local, vê o produto com o proprietário de fato e volta para casa. Ele volta a entrar em contato, sem saber que está na verdade conversando com o golpista, demonstrando interesse no negócio. O criminoso, por fim, informa a conta de um terceiro e a vítima transfere o valor. Desta forma, a vítima fica sem o dinheiro, assim como o proprietário real do produto.

O que fazer se cair na artimanha?

Antes de mais nada, Paulo Ludovico afirma que é preciso se certificar da pessoa com quem se está negociando. É muito importante que o cidadão converse com o real proprietário do bem, inclusive trocando informações sobre os valores. Além disso, vale perguntar a respeito do suposto débito ou crédito com uma outra pessoa. Afinal de contas, por que existe um intermediário na compra?

“A primeira providência, quando a pessoa identificar que foi vítima de um golpe, é entrar em contato imediatamente com o banco, para bloquear os valores. Em seguida, registrar uma ocorrência. No caso de Goiás, temos a delegacia virtual ou as delegacias mais próximas”, reforça o delegado.

O meliante que comete esse tipo de golpe pode pegar até 30 anos de reclusão. Os possíveis crimes são estelionato, na categoria de fraude eletrônica (quatro a oito anos); caso sejam três ou mais pessoas participando, configura como associação criminosa (um a três anos); além disso, há a possibilidade também de lavagem de capitais (oito a dez anos).

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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