Apesar da votação apertada no Senado para a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter despertado um alerta em integrantes do governo, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizem que o advogado-geral da União, Jorge Messias, segue como favorito para ser indicado para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Lula deve voltar a tratar do assunto antes de embarcar para a África do Sul, onde participará da reunião de cúpula do Brics nos dias 22 e 23.
Antes de anunciar a indicação, Lula quer se encontrar com o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, ambos cotados para o posto. O placar apertado na votação de Gonet, reconduzido para a PGR por 45 votos a 26, é visto como resposta à sua atuação na denúncia contra Jair Bolsonaro. A estratégia de Messias seria diferente, buscando apoio nos gabinetes do Senado e até conversando com parlamentares da oposição.
Com o aval do presidente, Messias terá que passar por sabatina na CCJ e votação no plenário, precisando de pelo menos 41 votos para ser aprovado. Auxiliares de Lula consideram que Messias pode conseguir apoio de senadores conservadores por ser evangélico. Mesmo com a preferência por Messias, Lula se reuniu com Alcolumbre e adiou a escolha após conhecimento da preferência da Casa por Pacheco, buscando uma indicação mais sólida.
A expectativa inicial de uma escolha rápida foi adiada após a reunião com Alcolumbre. As duas indicações anteriores de Lula em 2023 demoraram mais de 50 dias. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, acredita que o nome de Messias está lançado e não vê chance de recuo na escolha. A aposentadoria de Luís Roberto Barroso no STF deu início ao processo de indicação, que ainda está em andamento.




