Na manhã de quarta-feira, 6 de novembro, os usuários que procuraram a cotação do dólar no Google foram surpreendidos com um valor alarmante: o dólar americano estava cotado acima de R$ 6, atingindo um pico de R$ 6,19. Essa cotação, se real, seria a mais alta da história, representando um aumento de quase 8% em relação ao fechamento da véspera.
No entanto, essa cotação não refletia a realidade do mercado. Na verdade, o dólar comercial atingiu uma máxima de R$ 5,86 no início da sessão, influenciado pela expectativa de um dólar mais forte após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA. Posteriormente, o dólar reverteu os ganhos e operou na casa dos R$ 5,70. O dólar turismo, encontrado nas casas de câmbio, superou os R$ 6, mas atingiu uma máxima de R$ 6,08 durante a sessão.
O erro na cotação do dólar pelo Google gerou confusão e viralizou nas redes sociais. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Google informou que ainda não sabia a causa do erro e estava investigando o ocorrido. Durante a tarde, o erro havia sido corrigido.
Uma hipótese levantada no mercado é de que o Google pode ter confundido as cotações da criptomoeda Tether (USDT) com as do dólar americano durante a manhã.
A vitória de Trump também gerou discussões sobre as relações entre Brasil e EUA. Para Ricardo Ribeiro, analista político das consultorias MCM e LCA, as relações entre Brasília e Washington tendem a ser, “na melhor das hipóteses,” protocolares. Ribeiro acrescentou que a vitória de Trump é “péssima notícia para Lula e cria ‘embaraço’” nas relações bilaterais.
O mercado financeiro diminuiu o nervosismo inicial e começou a se concentrar no noticiário fiscal do Brasil. A cotação errônea do dólar, no entanto, deixou um rastro de confusão e especulação entre os investidores e o público em geral.