Governador arrepende-se de postura reativa com câmeras corporais: “Elas ajudam os agentes”, afirma Tarcísio

Me arrependo muito da postura reativa que tive com câmeras corporais, afirma Tarcísio

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou, na noite desta sexta-feira (6), durante um evento sobre os desafios da segurança pública no Brasil, que se arrepende da “postura reativa” que teve sobre o uso das câmeras corporais em policiais.

“Eu particularmente me arrependo muito da postura reativa que eu tive lá atrás. Uma postura que partiu da percepção que aquilo poderia tirar a segurança jurídica do agente ou mesmo causar excitação no momento em que ele precisava atuar. Hoje eu percebo que estava enganado, que ela [a câmera corporal] ajuda o agente”, afirmou.

Durante sua fala no evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), o governador não citou os recentes episódios de repressão policial em São Paulo, e reforçou o discurso de que os agentes atuam sob estresse e sofrimento.

“Eu percebo que ela [a câmera] é um fator de contenção e nós precisamos, sim, de contenção e de equilíbrio, porque o grande desafio é como garantir a segurança jurídica daquele agente que está lá na ponta. Que atua, que precisa combater a criminalidade, que está extremamente estressado e está sofrendo o tempo todo. Como não deixar que esse agente público seja esculhambado, seja alvo das piores relações, mas, ao mesmo tempo, não permitir o descontrole”, afirmou.

O governador também falou sobre a preocupação com o discurso, que “tem peso”: “Há erros e tem hora que a gente tem que parar para pensar, fazer uma reflexão. Às vezes, se a gente erra no discurso, a gente dá o direcionamento errado [à equipe]”.

Na manhã da quinta (5), após vários casos de repressão policial terem sido divulgados na imprensa, o governador também havia afirmado que teve uma visão “equivocada” sobre a adoção do equipamento.

Em 2022, antes de ser eleito governador, Tarcísio criticava o uso de câmeras corporais em policiais. Ele questionou a eficácia na segurança dos paulistas e considerava um voto de desconfiança para os policiais. No entanto, em dezembro de 2024, ele reconheceu ter mudado de opinião e passou a apoiar o uso das câmeras corporais como instrumento de proteção da sociedade e dos policiais.

Ao ser questionado sobre a investigação do policial militar que atirou um homem do alto de uma ponte, Tarcísio respondeu ser preciso mais treinamento, reciclagem de policiais e a compra de mais equipamentos não letais e câmeras. Ele admitiu ter mudado de opinião sobre o assunto e apoia a iniciativa da Polícia Militar de São Paulo de implementar as novas câmeras corporais nas fardas dos agentes até 17 de dezembro, proporcionando treinamento para acionar as câmeras em todas as ações.

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Decisão judicial proíbe venda ilegal de lotes em Terra Indígena na Grande São Paulo

A Justiça Federal proibiu a realização de construções e a venda ilegal de lotes na Terra Indígena Tenondé Porã, localizada na Grande São Paulo. A decisão veio em resposta a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal contra Talita Bueno da Silva, acusada de comercializar terrenos dentro da área protegida. Talita vendia lotes de mil metros quadrados por R$ 30 mil e demarcava os terrenos com cercas, o que configurava uma atividade ilegal.

Todas as ações de Talita eram feitas de forma clandestina, uma vez que no Brasil não é permitido comercializar terras indígenas. Além disso, a ré também teria ameaçado lideranças Guarani, agentes da Funai e do Ibama, e tentado ocupar a região em outras ocasiões recentes. Fiscais da Funai e do Ibama conseguiram remover os invasores e demolir as construções, evitando a necessidade de intervenção judicial.

A decisão judicial proíbe a realização de novas construções e a venda de lotes na área indígena, bem como determina a remoção de cercas, estruturas, resíduos e entulhos existentes, sob pena de multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento. Além de Talita, outros invasores também estão proibidos de retornar à Terra Indígena Tenondé Porã. O caso também está sendo investigado pela Polícia Federal.

Steven Shuniti Zwicker, autor da ação contra Talita, alerta para o risco de outros compradores terem adquirido lotes da ré e tentarem ocupar a região em breve. A comercialização ilegal de terras indígenas representa uma grave violação dos direitos dos povos tradicionais e da legislação ambiental vigente. É fundamental que medidas rigorosas sejam tomadas para proteger esses territórios e evitar a exploração predatória de recursos naturais.

A venda ilegal de lotes em terras indígenas prejudica não apenas as comunidades locais, mas também o equilíbrio ambiental e a preservação da biodiversidade. A atuação da Justiça e dos órgãos fiscalizadores é essencial para coibir práticas ilícitas e garantir a proteção desses territórios sagrados. A população deve estar atenta e denunciar casos de invasão e comercialização irregular de terras indígenas, contribuindo para a preservação dessas áreas fundamentais para a conservação da natureza e da cultura dos povos originários.

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