Governador do Tocantins é alvo de operação que apura fraude em obra

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (18) a Operação Convergência para apurar suspeita de pagamentos indevidos em obras de infraestrutura no Tocantins. O governador Marcelo Miranda (PMDB) foi intimado por policiais e prestou depoimento ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, na sede da Justiça Federal no estado.

Segundo a PF, foram encontrados indícios de irregularidades em obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica realizadas entre os anos de 2011 e 2014. As obras custaram cerca de R$ 850 milhões e geraram créditos indevidos a empresários, de acordo com o órgão.

O depoimento de Miranda ao ministro Mauro Campbell durou cerca de uma hora. Além do advogado do governador, estavam presentes representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal. A assessoria do governo informou que Miranda “colaborou com a Justiça e, em seguida, voltou a cumprir seus compromissos”.

A Operação Convergência é um desdobramento da Operação Ápia, cuja primeira fase foi deflagrada em outubro de 2016. Também estão sendo apurados indícios de crimes identificados pela Operação Reis do Gado, deflagrada em novembro de 2016.

Além de Miranda, a Reis do Gado envolve parentes e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual e o ex-governador Siqueira Campos (PSDB). Ao apurar suspeitas de fraudes em contratos de licitações públicas, a PF concluiu que – só no âmbito da Operação Reis do Gado – os prejuízos aos cofres públicos podem ter totalizado cerca de R$ 200 milhões.

Devido ao foro privilegiado de Miranda, o processo tramita em segredo de Justiça, no STJ – que não se manifestou a respeito do depoimento colhido pelo ministro Mauro Campbell.

Fonte: Agência Brasil

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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