Governador do Tocantins é suspeito de desvio milionário durante pandemia: PF encontra R$ 32 mil em seu gabinete

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A Polícia Federal (PF) encontrou mais de R$ 32 mil em dinheiro vivo no gabinete do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), durante as investigações de um esquema que desviou dinheiro durante a pandemia de covid-19. O governador é suspeito de chefiar uma organização criminosa. Os investigadores realizaram a segunda fase da Operação Fames-19 para cumprir 51 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Palmas e Araguaína, assim como em outros estados.

Na primeira fase da operação, em agosto de 2024, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços do governador, inclusive no gabinete no Palácio Araguaia. Os investigadores encontraram R$ 32,2 mil em espécie no gabinete do governador junto dos carimbos de Barbosa e de seu chefe de gabinete, Marcos Martins Camilo. Segundo a PF, o fato de integrantes do esquema sacarem “grandes quantias em espécie” e os valores apreendidos no gabinete do governador reforçam a convicção de que atos de corrupção passiva realmente ocorreram e continuam a ocorrer na sede do governo estadual.

Além do dinheiro encontrado na sede do governo tocantinense, a polícia apreendeu mais R$ 35,5 mil, US$ 1,1 mil e 80 euros no escritório que fica na casa de Wanderlei. A retirada de Wanderlei Barbosa do cargo é resultado da investigação da PF, que apura desvios de recursos durante a pandemia de Covid-19 no estado. O prejuízo estimado seria superior a R$ 73 milhões. Investigadores citam que diálogos no WhatsApp interceptados mostram a “nítida alusão ao recebimento sistemático de propina por parte do governador”.

De acordo com a investigação, parte do dinheiro desviado foi usado para construir uma pousada de luxo em nome do filho do governador. Mais de R$ 2,4 milhões foram enviados para o empreendimento em dois anos. A PF apura fraudes em contratos de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados financiados por emendas parlamentares em 2020 e 2021. Os contratos do governo do Tocantins investigados pela PF e STJ envolvem a compra de pelo menos 1,6 milhão de cestas básicas durante a pandemia.

Nesse período, os investigados teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde pública e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas. A suspeita da polícia é de que os contratos, que chegavam a quase R$ 5 milhões, foram pagos, mas nem todas as cestas foram entregues à população. Assim, a investigação continua em andamento para apurar todas as irregularidades envolvendo o governador do Tocantins e seu suposto envolvimento em esquemas de corrupção.

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