Governador Ronaldo Caiado decreta luto oficial de três dias pela morte de Bariani Ortencio

O governador Ronaldo Caiado decretou luto oficial de três dias pela morte do escritor e folclorista Waldomiro Bariani Ortencio, um dos maiores expoentes da literatura goiana, que faleceu na tarde desta sexta-feira, 15, em Goiânia, aos 100 anos. “A história de Goiás perdeu hoje um dos seus gigantes. É impossível contar a história do nosso estado sem passar por suas palavras, pelos causos e pelo imenso repertório cultural que ele guardava e pode compartilhar em suas obras”, lamentou o chefe do Executivo goiano, em nota de pesar.

Caiado ressaltou a importância da produção literária de Bariani para a formação cultural dos goianos. “Extremo conhecedor da nossa cultura e do nosso folclore, Bariani é o retrato do nosso estado”, salientou o governador, que também prestou solidariedade aos familiares. “Neste momento de imensa dor, estamos juntos em oração para que Deus conceda a familiares e amigos todo o consolo. Nossos sinceros sentimentos”, finalizou.

Em 2023, o escritor completou 100 anos e foi homenageado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc-GO) no VII Concurso Literário de Redação “Bariani Ortencio: centenário de vida”, realizado nas unidades educacionais do estado com o objetivo de incentivar a produção literária. Em agosto, a TV Brasil Central homenageou Bariani no programa TBC Memória. O genro do escritor, Paulo Roberto Silva, responsável pelo acervo do sogro, por meio do Instituto Bariani Ortencio, compartilhou a vida familiar e empresarial, além da carreira ao longo do seu centenário.

Biografia
Paulista de Igarapava e radicado em Goiás desde os 15 anos de idade, Bariani publicou mais de 50 livros. Como amante e defensor da natureza, folclore e cultura goiana, ele abordou diversos temas como história, folclore, poesia, contos e crônicas. Entre suas principais obras estão Dicionário do Brasil Central, 1983, e Medicina Popular do Centro-Oeste, 1997.

Bariani Ortencio também foi jogador de futebol e atuou como goleiro do Atlético Clube Goianiense. Devido a um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido em 2022, o Bariani estava com dificuldades para falar e vivia em sua casa, na Praça Cívica. Antes do AVC, o escritor deixou um último romance inédito.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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