O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, abriu nesta segunda-feira (1º) a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU). A conferência tem o objetivo de evitar os efeitos mais desastrosos da mudança climática, um desafio agravado pela incapacidade das grandes nações industrializadas de concordar com compromissos mais ambiciosos.
Em seu discurso, Boris Johnson comentou que a tarefa é envolver o mercado na ”descabornização”. O primeiro-ministro também deu ênfase à responsabilidade da iniciativa privada para diminuir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
Representantes
Com cada país levando seu representante, o Brasil estará o seu presidente neste ano. Jair Bolsonaro (sem partido) não compareça à COP26, e o Brasil mantém uma imagem cada vez mais danificada internacionalmente. Dez governadores vão à cúpula apresentar sua pauta verde.
Um consórcio formado por governadores pretende fazer o contraponto à imagem negacionista ambiental do governo federal.
“Construímos um consórcio que tem o objetivo de ajudar o Brasil a alcançar as suas metas”, explicou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que preside o Consórcio Brasil Verde, criado pelo Fórum de Governadores.
“Não temos nenhum objetivo de disputar ou concorrer com o governo federal. Ele é o grande negociador do tema climático em qualquer conferência. Mas o consórcio pode ajudar o Brasil a alcançar as suas metas, pode desenvolver políticas e se articular nacional e internacionalmente, representando os estados e mostrando também a fotografia do Brasil nessas conferências.”
O consórcio já teve a adesão de 22 governadores. Desses, 10 participarão das conversas na conferência em Glasglow: Camilo Santana (CE),Carlos Moisés (SC), Eduardo Leite (RS), Hélder Barbalho (PA), João Doria (SP), Mauro Mendes (MT), Paulo Câmara (PE), Renato Casagrande (ES), Romeu Zema (MG), Wellington Dias (PI).
O Brasil será oficialmente representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o embaixador Paulino de Carvalho Neto como chefe da missão. Bolsonaro informou na última semana, que não participaria do evento como uma forma de ”estratégia”.
Em vez disso, ele optou por assistir uma homenagem a militares que lutaram na Segunda Guerra Mundial, na Itália, e fazer uma visita à cidades de seus antepassados, no norte do país europeu.
O chanceler brasileiro, Carlos Alberto França, também não irá ao maior evento diplomático dos últimos dois anos.
Consórcio de governadores defende zerar o desmatamento
Essa COP será a primeira depois que o Acordo de Paris, assinado em 2015 pelas nações, passou a valer. Em suas metas, o Brasil prometeu reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025, em comparação com os valores de 2005, e 43% até 2030. E, por fim, zerar a emissão de carbono líquido até 2060.
”É preciso reconhecer que o governo brasileiro chega na Escócia fragilizado e essa fragilidade exigirá que o Brasil possa ser proativo nos compromissos que assumirá dentro do debate que os países terão. O Brasil não pode ser um impedimento para que a gente avance nas políticas que vão ser debatidas” defende Casagrande.
O consórcio ainda está em fase de formalização, mas já conta com a participação do Distrito Federal e dos estados de Alagoas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grasso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.