Governo anuncia privatização do Correios

A Câmara dos Deputados pode votar nesta terça-feira (6) o Projeto de Lei 591/21, do Poder Executivo, que permite o processo de privatização dos Correios e quebra o monopólio nos serviços postais. Hoje, a iniciativa privada participa da exploração dos serviços por meio de franquias, mas os preços seguem tabelas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que detém o monopólio de vários serviços. Segundo o projeto, o monopólio para carta e cartão postal, telegrama e correspondência continuará com a estatal por mais cinco anos e pode ser restringido pelo Executivo.

Em entrevista para o jornal O Globo, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, confirmou o interesse do governo federal de privatizar 100% a estatal. Para o secretario, é esperado a venda integral do correios através de um leilão tradicional, onde o comprador passa a ter direitos aos ativos e passivos da empresa. O modelo chama atenção por se diferenciar dos planos feitos recentemente para a Eletrobras e BR Distribuidora, ex-subsidiária da Petrobras, baseados em operações no mercado de capitais.

Um dos pontos fundamentais para a  venda está na regulação do serviço dos Correios, que deve passar por mudanças. Para assegurar o atendimento nacional, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) passará a regular as atividades do Sistema Nacional de Serviços Postais já se valendo de outro nome, a Agência Nacional de Comunicações (Anacom). Com a aprovação da Câmara, o governo pretende leiloar os Correios em março de 2022, no mesmo trimestre da privatização da Eletrobras. A estimativa do valor dependerá do edital, que deve ser publicado ainda neste ano, e de uma avaliação das contas da estatal.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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