Governo aumenta percentual de etanol na gasolina para reduzir impacto da guerra no Oriente Médio na economia brasileira

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O governo vai tomar medidas para reduzir os possíveis impactos da guerra no Oriente Médio na economia brasileira. Nesta quarta-feira (25), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve elevar o percentual de mistura do etanol na gasolina de 27% para 30%, enquanto no biodiesel o percentual vai subir de 14% para 15%. Essas medidas vão, segundo o Ministério de Minas e Energia, ajudar o Brasil a enfrentar este período de incertezas com o conflito entre Irã e Israel.

O risco de uma disparada no preço do petróleo pode elevar o preço da gasolina e do diesel, principalmente porque o Brasil importa cerca de 5% da gasolina que consome e em torno de 20% do diesel consumido no país. Apesar de ser exportador de petróleo, o Brasil também importa óleo do Oriente Médio para a produção de outros derivados, como o querosene de aviação.

O entendimento no governo é que problemas no escoamento das importações da região em conflito podem ser sanados com a busca por produtos de outros parceiros comerciais. O ministro Alexandre Silveira, chefe da pasta de Minas e Energia, diz que as mudanças no diesel e na gasolina vão estimular o setor alcooleiro no Brasil, acabar com a necessidade de importação de combustíveis e proteger os preços no país de fortes altas.

Um cessar-fogo entre Irã e Israel pode acabar contribuindo para a redução das incertezas, mas mesmo assim a medida deve ser adotada pelo CNPE. A alteração na mistura de combustíveis vinha sendo discutida desde o início do ano, mas não foi adotada por causa da alta do preço dos alimentos. Agora, com a supersafra, o governo avalia que pode adotar a medida sem efeitos negativos.

O ministro Silveira discutiu a medida com o presidente Lula em reunião no Palácio do Planalto nesta segunda (23). O presidente teria se manifestado a favor da proposta. Esta ação visa mitigar a dependência externa de combustíveis, protegendo a economia brasileira de eventuais perturbações no mercado global de energia.

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