Governo Bolsonaro incinerou medicamentos de alto custo; veja lista

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O governo de Jair Messias Bolsonaro (PL) incinerou medicamentos utilizados no tratamento de doenças raras e de alto custo, que ao todo, eram avaliados em pelo menos R$13, 5 milhões. Há na relação de itens perdidos duas doses do Spinzara, cada uma comprada por R$ 160 mil pelo governo federal. Usada em pacientes com atrofia muscular espinhal (AME), a terapia é uma das mais caras do mundo.

Associações de pacientes dizem que o estoque perdido só comprova a má gestão  do ex-presidente, e afirmam que a falta do tratamento dessas doenças pode levar ao óbito.

Os dados sobre produtos do Ministério da Saúde (MS) incinerados entre 2019 e 2022, foram obtidos pela Folha de São Paulo via a Lei de Acesso à Informação (LAI). O mesmo material mostra que, até o começo deste ano, a pasta deixou vencer mais 30 milhões de vacinas contra covid-19.

Além disso, os dados mostram que já foram descartados produtos avaliados em R$ 214,2 milhões, valor que inclui imunizantes contra outras doenças, como sarampo e rubéola, pentavalente, hepatites e tríplice viral. Outros insumos como medicamentos contra câncer, hepatite de mais de R$ 38 milhões, também estão na lista da incineração. Também foram inutilizados testes e medicamentos destinados a pessoas que vivem com HIV avaliados em R$ 8,5 milhões.

Também foram descartadas 949 unidades do Translarna, produto usado para pacientes com distrofia muscular de Duchenne, que causa degeneração muscular progressiva. Esses lotes custaram R$ 2,74 milhões no total. Os dados sobre estoques do MS estavam sob sigilo desde 2018. No fim de fevereiro, a CGU Controladoria-Geral da União (CGU) recomendou a revisão dessa reserva.

Lista dos medicamentos

Perda de medicamentos de alto custo

Terapias servem para doenças raras e foram incinerados

Translarna

Tratamento: distrofia muscular de Duchenne

Unidades incineradas: 949

Valor: R$ 2,74 milhões

Betagalsidase

Tratamento: doença de Fabry

Unidades incineradas: 259

Valor: R$ 2,46 milhões

Eculizumabe

Tratamento: hemoglobinúria paroxística noturna

Unidades incineradas: 127

Valor: R$ 1,73 milhão

Vimizim

Tratamento: mucopolissacaridose IVA

Unidades incineradas: 632

Valor: R$ 1,61 milhão

Galsulfase

Tratamento: mucopolissacaridose VI

Unidades incineradas: 283

Valor: R$ 1,24 milhão

Alfagalsidase

Tratamento: doença de Fabry

Unidades incineradas: 272

Valor: R$ 1 milhão

Metreleptina

Tratamento: síndrome de Berardinelli-Seip

Unidades incineradas: 47

Valor: R$ 1,1 milhão

Idursulfase

Tratamento: síndrome de Huner

Unidades incineradas: 186

Valor: R$ 985 mil

Nusinersen (Spinraza)

Tratamento: atrofia muscular espinhal (AME)

Unidades incineradas: 2

Valor: R$ 319 mil

Nitisinona

Tratamento: tirosinemia hereditária do tipo 1

Unidades incineradas: 1.200

Valor: R$ 229 mil

Alentuzumabe

Tratamento: esclerose múltipla

Unidades incineradas: 2

Valor: R$ 56 mil

Kanuma

Tratamento: deficiência de lipase ácida

Unidades incineradas: 1

Valor: R$ 23 mil

Total: R$ 13,5 milhões

 

Contradição

Uma das bandeiras apresentadas pelo governo Bolsonaro era os cuidados com doenças raras. Em 2021, o Ministério da Saúde lançou a nova mascote do SUS, identificada como Rarinha, em cerimônia com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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Empresário morre após acidente com cavalo em Pirenópolis

Um empresário de 39 anos faleceu após cair de um cavalo e ser arrastado pelo animal na zona rural de Pirenópolis, região central de Goiás. O acidente aconteceu na manhã da última segunda-feira, 23, no povoado de Caxambú. Bruno Carvalho Mendonça foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na quarta-feira, 25.

De acordo com a Polícia Militar, testemunhas relataram que Bruno saiu para cavalgar por volta das 8h e sofreu a queda algumas horas depois. Ele ficou preso ao cavalo e foi arrastado até a sede de uma fazenda, onde foi encontrado inconsciente e apresentando sinais de convulsão.

Ferimentos graves
O Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou os primeiros socorros no local. Bruno foi levado inicialmente para uma unidade de saúde em Anápolis, onde foi constatado que ele apresentava ferimentos graves e queimaduras provocadas pelo atrito com o solo.

Posteriormente, o empresário foi transferido em estado grave para o Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia, mas não resistiu aos ferimentos.

O caso foi registrado como queda acidental, mas será investigado pela Polícia Civil para esclarecer as circunstâncias do ocorrido.

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