Última atualização 30/06/2021 | 12:00
Após entregar nome de Ricardo Barros como articular de esquema na compra de vacinas Covaxin, Luis Miranda relevou na noite desta terça (29) à Patrik Camporez, da Crusoé, que depois da conversa em que diz ter alertado Jair bolsonaro sobre as irregularidades foi chamado para duas reuniões em que recebeu uma oferta de propina milionária para não atrapalhar o negócio.
A oferta, segundo o deputado federal, foi feita pelo lobista Silvio Assis, homem de confiança de Ricardo Barros. A segunda reunião contou com a presença do próprio líder do governo, Bolsonaro.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose de imunizante em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. O pedido teria partido, segundo Pereira, de Roberto Dias.
O presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz, considerou a situação “gravíssima”. O senador afirmou que a CPI chamará Roberto Ferreira Dias a prestar depoimento. “Essa matéria é gravíssima. Lembram que o Luis Miranda disse que ele conversou ao telefone com uma pessoa que falou que poderia dar vantagens para ele. Ele fala desse servidor, e esse servidor terá que explicar muita coisa, inclusive isso que saiu nessa matéria”, disse o senador.
Também o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede AP) se pronunciou sobre o assunto nas redes sociais: “Corrupção, ladroagem”, disse. Roberto Ferreira Dias será exonerado do cargo. O ministro da Saúde confirmou a saída do funcionário ao Metrópoles. A exoneração deve ser publicada nesta quarta-feira (30) no Diário Oficial da União.