Governo de Goiás dá início à implantação do Sistema Ferroviário Estadual

O Governo de Goiás deu início às tratativas para implantação do Sistema Ferroviário Estadual (SFE), a exemplo do Sistema Rodoviário Estadual (SRE) que congrega a malha viária estadual. O projeto será conduzido pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), que promoveu, nesta segunda-feira (23/01), a primeira reunião com representantes dos setores interessados na ampliação do transporte multimodal – indústrias, empresas de logística, produtores, gestores públicos e outros – com o objetivo de apresentar a proposta, receber sugestões e elaborar, de forma compartilhada, um projeto de lei que autorize a criação de ferrovias no Estado.

Presidente da agência, Lucas Vissotto abriu o encontro enfatizando que o tema é prioritário para a Governo de Goiás, por determinação do governador Ronaldo Caiado, e que a criação do SFE será realizada em parceria com os setores envolvidos. “O investimento em ferrovias vai funcionar como fator indutor e catalisador de desenvolvimento para Goiás. Queremos ouvir as sugestões para elaboração de uma minuta do projeto de lei e para a definição do primeiro ramal secundário”, salientou. Vissotto ainda reforçou que a Goinfra irá buscar desburocratizar, ao máximo, a participação da iniciativa privada, seja com autorizações, desapropriações e até possíveis incentivos.

“Temos de ser vanguardistas e avançar”, definiu o vice-governador Daniel Vilela. “É muito importante darmos esse passo. Essa reunião mostra a ousadia que a gente precisa ter; não só a Goinfra, não só o governo, mas o Estado de Goiás de uma forma geral”, destacou. Vilela defendeu que é preciso considerar as exigências do futuro e pensar a interligação da malha rodoviária aos demais modais de transportes, sejam ferrovias, dutovias, hidrovias ou aerovias.

A apresentação da proposta de criação do SFE e do potencial de Goiás para absorver o modal ferroviário ficou a cargo do diretor de Planejamento da Goinfra, Riumar dos Santos. Ele demonstrou traçados preliminares de ramais secundários para ligar às linhas-tronco já existentes no território goiano, por concessão do governo federal. “Investir nessa modalidade de transporte irá gerar desenvolvimento econômico. É uma política que reduz o tempo de viagem e a emissão de gás carbônico, retira veículos de cargas de rodovias, diminui acidentes, amplia o conceito de mobilidade e reflete positivamente no turismo, na cultura e na qualidade de vida de quem reside, trabalha e investe em Goiás”, explicou.

Ação compartilhada
A partir do encontro desta segunda-feira, Vissotto criou um grupo de trabalho – integrado pelos participantes da reunião – para receber sugestões e elaborar o projeto que vai autorizar a criação do SFE em Goiás. O presidente programou, para fevereiro, a realização de um workshop para apresentar os resultados alcançados pelo grupo – incluindo a proposta de construção do primeiro ramal secundário no Estado. “Nosso objetivo é avançar rapidamente para beneficiar a integração entre os modais e o escoamento das produções industriais e agropecuárias”, pontuou.

Prefeito de Jataí, Humberto Machado elogiou a iniciativa da Goinfra e defendeu que é preciso traçar os ramais secundários visando desafogar grandes terminais de transporte marítimo, como o Porto de Santos, em São Paulo, e o de Paranaguá, no Paraná. Já o diretor da VLI Multimodal S.A, José Osvaldo Cruz, aconselhou que todo o trabalho seja realizado com pensamento voltado para a integração de modais de transportes. “Assim, poderemos formar um dos maiores e mais eficientes corredores de exportação do país”, completou.

Representante da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Célio Eustáquio de Moura também se dispôs a contribuir para a realização e a celeridade do projeto. Da mesma forma, a assessora da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Maria Carolina Noronha, colocou-se como apoiadora da expansão ferroviária no Estado e à disposição para compartilhar informações e conhecimentos reunidos pela entidade.

O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Ailton Vilela, considerou o SFE como um projeto arrojado de multimodalidade, que faz ligações entre importantes regiões produtoras de Goiás e do Brasil. O debate sobre a implantação de ferrovias no Estado também contou com a participação de outros representantes da Goinfra, como o diretor de Manutenção, Adriano Mendes; o chefe da Procuradoria Setorial, Yuri Matheus Araújo Matos; o assessor especial da Presidência, Flávio Cavalcante; e o engenheiro Victor Emmanuel, da Rede Física.

Participaram ainda da reunião Herculano Caiado (Triunfo Logística); Laura de Paula Silva e Edeon Vaz Ferreira (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás – Aprosoja-GO); Guilherme Penin (Rumo Logística); Peter Van Hagen (Dynatest Engenharia); Alexandro Santos (Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás – Ifag); Eduardo Alves e Edwal Freitas Portilho (Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Adial); Aurélio Alyson Alves Resende (Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação); Eugênio Carlos Torres (Construtora Sanches Tripoloni); Leandro Gondim (Fieg); Rafael Zanon (VLI Multimodal S.A); e Denimarcio Borges (Prefeitura de Rio Verde).

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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