Governo de Goiás inicia teste genético para câncer de mama em parceria com UFG

Governo de Goiás inicia teste genético para câncer de mama em parceria com UFG

Os primeiros sequenciamentos genéticos para detecção precoce das mutações que causam câncer de mama e/ou ovário foram realizados na última semana, no Centro de Genética Humana (GEF) da Universidade Federal de Goiás (UFG). A iniciativa é pioneira pelo SUS no país e foi formalizada pelo governador Ronaldo Caiado e pela reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, em outubro de 2023. Eles assinaram o convênio “Goiás Todo Rosa”, que permitirá testagens no laboratório do GEF.

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-G0), será responsável pelo repasse de recursos para a realização do sequenciamento dos genes BRCA1 e BRCA2 para pacientes com câncer de mama atendidos pela rede estadual de saúde, de acordo com a lei 20.707/2020. “A previsão da parceria é de 60 meses, em um trabalho muito importante para a saúde da mulher, pois o diagnóstico precoce do câncer salva vidas”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio, acrescentando que foi montada a estrutura para o fluxo de atendimento que vai da primeira consulta até o rastreamento com os familiares das pacientes.

Testes pelo SUS

Inicialmente o projeto atenderá pacientes na Policlínica de Quirinópolis, na região Sudoeste. Na sequência contemplará a região Centro-Norte, em Goianésia e Uruaçu, mas a proposta é que em todo o estado as mulheres com qualquer predisposição para o tipo de câncer que mais mata no país e no mundo tenham acesso à testagem genética.

Em Goiás a taxa de mortalidade por câncer de mama em 2021 foi de 13,62/100.000 mulheres. De 2020 a 2023, pelos menos 1.993 mulheres perderam a vida para a doença. Quanto à incidência, no período de 2020 a 2022 foram diagnosticados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Goiás, 5.349 casos de câncer. Em 2023, até o mês de julho, foram 730 casos confirmados.

Entenda o projeto

As pacientes com suspeita da doença serão atendidas na Atenção Primária por equipes capacitadas. Em seguida serão encaminhadas para a Policlínica de Quirinópolis, onde passarão por consulta com mastologista da unidade, também preparado para identificar o potencial de mulheres com mutação genética, que depois irão para realização do exame no laboratório da UFG, em Goiânia.

“Dentro da organização do fluxo para encaminhamento da realização do exame, a UFG também foi inserida na rede SUS, exclusivamente para o projeto Goiás Todo Rosa, permitindo que a paciente tenha oportunidade de fazer a testagem genética. Em caso positivo, esta paciente fará o chamamento dos familiares, que poderão realizar o teste de sequenciamento genético de forma gratuita, a partir de uma amostra de sangue, para descobrirem se também têm a predisposição para a doença”, explica a gerente de Atenção Especializada da SES, Camila Brum.

Testagem

O exame analisa todas as bases presentes nos genes BRCA 1 e 2, permitindo a identificação de mutações que podem causar câncer de mama e ovário. Ele pode ser feito a partir de uma simples amostra de sangue ou do DNA extraído de peça tumoral. Com o diagnóstico, é possível estabelecer uma rotina personalizada de rastreio de câncer, com maiores chances de cura e mais qualidade de vida para o paciente, com a opção também da mastectomia profilática. O procedimento cirúrgico ocorrerá no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), por opção da paciente.

A mastologista e professora da Faculdade de Medicina da UFG, Rosemar Macedo Sousa Rahal, é uma das idealizadoras e consultora do projeto Goiás Todo Rosa. Ela explica que a ação de possibilitar que o Estado seja o primeiro do Brasil a implementar a lei que permite a realização desse exame gratuitamente é fundamental para ofertar prevenção do câncer às mulheres. “Além dessa mulher ter o diagnóstico precoce e a chance de tratamento é uma prevenção para os seus familiares, que também poderão tratar de um câncer herdado”, pontua.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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