Governo de Goiás mantém leitos do período crítico da pandemia instalados

Goiás não teve aumento de óbitos por covid, afirma SES ao MPGO

Com foco na regionalização da saúde, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), vem investindo na descentralização dos leitos, levando mais dignidade ao cidadão goiano, em especial no interior do estado. Atualmente, Goiás conta com 858 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), entre adulto, pediátrico, neonatal e destinados aos pacientes da Covid-19, em 23 municípios.

Em janeiro de 2019, a SES-GO contava com apenas 244 leitos, concentrados em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, dificultando o acesso dos pacientes aos leitos estaduais do Sistema Único de Saúde (SUS). Com o início da pandemia da covid-19, a gestão estadual investiu em estruturas de alvenaria chegando aos 887 leitos em 2021. Após a fase mais crítica da pandemia, as unidades começaram a ter seus perfis assistenciais alterados para atender as necessidades das regiões onde estão localizadas, inclusive com leitos de UTI.

O titular da SES-GO, Sérgio Vencio, pontua que a descentralização dos hospitais garante maior qualidade de atendimento e maior rapidez na oferta do leito ao paciente crítico. “Conseguimos instalar hospitais nas cinco macrorregiões de saúde e ampliar a cobertura em média e alta complexidade com a estadualização de quatro hospitais”. Nesta gestão, foram entregues sete novas unidades hospitalares, além da retomada das obras do Hospital em Águas Lindas, na região do Entorno do Distrito Federal.

Panorama de Goiás

Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) mostram que em todo o estado houve aumento de leitos de UTIs (Covid-19, pediátrica, adulto, queimados, infantil, coronariana e neonatal), disponíveis ao SUS, em níveis municipal, estadual e federal, na série histórica desde 2005, quando havia menos de 600 leitos em todo o estado, saltando para 1,4 mil em 2021. A SES ressalta que os dados do Cnes, em que se baseiam pesquisas oficiais, não incluem aqueles leitos instalados e ainda não habilitados (formalizados) pelo Ministério da Saúde.

Leitos de Internação

Além dos leitos de UTIs, o Governo de Goiás também investiu na abertura de leitos de enfermaria, somando atualmente 2.471, ante os 1.391 que funcionavam em 2018. Isso, tanto na rede própria da SES, como por meio de convênios. O secretário acredita que a ampliação da rede de saúde estadual na média e alta complexidade permite que os hospitais municipais desafoguem suas filas de casos graves e invistam em especialidades gerais.

“O SUS como ente tripartite depende de investimentos da União, Estado e municípios. Cada ente fazendo seu investimento reforça o acesso e a melhoria da qualidade de atendimento a todos os usuários do Sistema”, reforça.

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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