Governo de Goiás oferece atendimento especializado para alunos superdotados

O último Censo Escolar, realizado em 2022, revelou que o Brasil tem 26.815 estudantes com altas habilidades. Em Goiás, na rede pública estadual de ensino, são 88 alunos com a característica. O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), oferece aos profissionais da rede capacitação para que possam identificar e atender adequadamente crianças e jovens com superdotação. As ações são destacadas nesta quinta-feira ,10, quando é celebrado o Dia Internacional das Altas Habilidades/Superdotação.

Gustavo Henrique Gomes Barbosa, do Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates, em Goiânia, descobriu as altas habilidades após apontamentos dos professores e da própria família em relação ao seu desempenho escolar nas áreas de humanas e biológicas.

“Foi algo espontâneo. Fui me interessando por essas áreas. Gostando da história, principalmente, e da geografia. Acho que surgiu, a partir desse gosto, uma vontade de me aprofundar. E, na área de biológicas, que eu nem tinha afinidade, fui descobrindo facilidade. Às vezes eu não estudava muito, mas com uma simples revisão acertava muita coisa”, relata o estudante.

Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, os alunos com altas habilidades são aqueles que demonstram potencial elevado, de forma isolada ou combinada, nos âmbitos intelectual, acadêmico, de liderança, psicomotricidade e artes. Além disso, são pessoas que apresentam grande criatividade e envolvimento com a aprendizagem e na realização de tarefas em áreas de seu interesse.

De acordo com a coordenadora pedagógica do Colégio Polivanlente, Thaisy Gomes, todo o trabalho desenvolvido na escola é pensado de modo a incluir os estudantes que são público-alvo da Educação Especial. No caso dos alunos com altas habilidades, como Gustavo, são desenvolvidos projetos e ações que possam potencializar as capacidades de cada um, respeitando as especificidades e contemplando as áreas de interesse.

Um desses projetos é o Cine Goiany, um cineclube que idealiza e produz curtas-metragens sobre temáticas sociais. O projeto possibilita a interação dos estudantes, ao mesmo tempo que permite que aqueles com superdotação explorem a suas áreas de interesse. “Alguns alunos têm maior aprendizagem utilizando o visual, outros com a tecnologia, outros com tato. Então, trabalhamos de forma individualizada”, explica a diretora Jackeline Vaz.

Identificação

Na maioria das vezes, a identificação dos alunos com altas habilidades é feita pelo professor. “Na sala de aula, o professor identifica aqueles alunos que se destacam em alguma área do conhecimento. O estudante é selecionado e encaminhado para a sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e passa pelo Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) para fazer toda a validação e poder participar do projeto”, explica a professora Dinamar Aparecida Barbosa, do Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates.

As altas habilidades da Mariana Soares Trindade, estudante da 2ª série do Ensino Médio da unidade escolar foram descobertas assim. “Eu percebi pelos professores, que me diziam que eu tinha maior facilidade de aprendizagem em Linguagens e Humanas. Uma antiga professora da sala de recursos chegou a me dizer que acreditava que eu tinha altas habilidades justamente por isso”, conta a estudante.

A solicitação para avaliação e identificação das altas habilidades pode ser feita por qualquer pessoa do convívio do estudante. É a partir dela, que é iniciado o levantamento, que visa investigar e identificar a presença da superdotação. “É feita toda uma triagem, uma pesquisa com a família e um levantamento de todo o desenvolvimento do estudante desde criança. Nesse processo, são observados diversos critérios que o Núcleo de Altas Habilidades define”, afirma o gerente de Educação Especial da Seduc, Weberson Oliveira.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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