Governo de Goiás sorteia casas a custo zero em Damolândia

O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Habitação (Agehab) e da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), sorteou nesta terça-feira, 15,  27 casas a custo zero do programa Pra Ter Onde Morar – Construção, em Damolândia. O processo contou com a participação de 99 famílias habilitadas, entre as quais também foi formado o cadastro reserva.

A trabalhadora rural Vera Lúcia Ferreira Ramos, de 54 anos, foi uma das sorteadas. “Para quem nunca teve nada, estou muito feliz de saber que tenho um teto para morar com meus filhos”, comemorou Vera, emocionada. O marido dela, Reginaldo Ramos, também se emocionou. Ele lembra que sempre morou em fazenda de outras pessoas, pulando de um lugar a outro. “Já tentei comprar pelo menos um lugar para fazer um barraco, mas nem isso consegui. Agora teremos um canto para a gente ver a vida melhorar”, completou Reginaldo.

Participaram 99 famílias habilitadas. Além das 27 sorteadas, as demais foram classificadas em cadastro reserva. O presidente da Agehab, Alexandre Baldy, explica que isso é feito porque após o sorteio as famílias têm que comprovar com documentos que atendem os requisitos do edital, entre eles renda familiar de até 1 salário mínimo e morar na cidade há pelo menos 3 anos. “O processo é rigoroso para garantir que recebam as moradias as famílias que mais precisam”, ressalta.

Os beneficiários que eventualmente não comprovarem requisitos declarados na inscrição cedem a vez para as classificadas no cadastro reserva. “As moradias saem sem nenhum custo para as famílias. Isso graças à parceria das prefeituras, que entram com terreno e infraestrutura no bairro. Por isso, o processo passa por várias etapas”, observa o secretário da Infraestrutura, Pedro Sales. Ele lembra que cada unidade habitacional custa em média R$ 127 mil para o Governo de Goiás. Em Damolândia, o investimento soma mais de R$ 3,4 milhões.

Trata-se de um trabalho voltado para mudar vidas como a do serralheiro Romério Quirino Barreto, de 37 anos. Ele sofreu recentemente um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Quase morri, cheguei a ser reanimado, perdi a metade do pé, mas eu sabia que Deus tinha planos para mim”, diz ele, que não conteve as lágrimas. “Hoje o coração bateu mais forte. Eu nunca tinha sentido uma emoção como essa na vida. Com a casa própria, vou ter mais qualidade de vida”, antevê.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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