Governo de Goiás vai construir creches em 39 municípios em parceria com prefeituras

Na tarde de ontem (02), a secretária estadual de Educação Raquel Teixeira, o presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Luiz Stival, e o secretário de Gestão e Planejamento, Joaquim Mesquita, se reuniram com prefeitos de 39 municípios para anunciar o apoio do governo estadual a essas cidades, por meio do repasse de recursos para construção de creches. Os 39 municípios selecionados não possuem nenhum Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI).

A reunião desta quinta-feira (02) compreende mais uma etapa da articulação pela redução de déficit de vagas na educação infantil, denominada pelo governo estadual de Aliança Municipal pela Competitividade. A articulação surgiu em uma das reuniões do programa Goiás Mais Competitivo e Inovador, que traçou um retrato do déficit de vagas na educação infantil em todo o Estado. De acordo com o levantamento, 90,7% dos municípios goianos têm oferta insuficiente de vagas na educação infantil, e 58,1% dos municípios têm oferta insuficiente de vagas na pré-escola.

O levantamento aponta, também, que 52 cidades são as que mais possuem deficiência de vaga na educação infantil em todo o Estado. Deste número, 10 concentram o maior déficit. Os dados demonstram, ainda, que 39 municípios sequer possuem creches. Conforme destacou a secretária Raquel Teixeira, a reunião de hoje teve como foco esses 39 municípios. Embora a responsabilidade pela construção de CMEIs seja das prefeituras, o governo estadual quer subsidiar os municípios a construí-los e a mantê-los, a partir da compreensão de que a educação infantil é a base primordial para a formação do cidadão.

“As creches não existem apenas para que as mães tenham onde deixar seus filhos para que possam trabalhar. As creches existem para que as crianças desenvolvam seu potencial social, suas capacidades cognitivas, para que comecem a se tornar cidadãos”, observou Raquel Teixeira. Ela ressaltou que, além do repasse de recursos por meio da Agehab, o governo estadual procura formas alternativas para ajudar as prefeituras não só a construir, mas a manter as creches funcionando.

No dia 16 de fevereiro, ela e o governador Marconi Perillo se reuniram com o ministro da Educação, Mendonça Filho, que se dispôs a auxiliar Goiás nesse processo de redução do déficit por vagas na educação infantil. “Uma das alternativas é fazer convênios com creches privadas”, pontuou a secretária. Ela destacou que o custo para manter cada criança hoje em uma creche é de R$ 2,5 mil por mês, mas o governo federal só repassa R$ 350 para tal finalidade, por meio do Fundeb. “A atual legislação é defasada. Por isso estamos buscando alternativas, pois além de construir os CMEIs precisamos de recursos para mantê-los”, enfatizou.

Presidente da Agehab, Luiz Stival anunciou aos 39 prefeitos que o governo estadual vai ajudá-los a construir as creches com recursos do Cheque Moradia – modalidade Comunitário. O valor do Cheque Comunitário é de até R$ 191 mil. O cheque deve ser usado na compra de materiais para construção. Stival pediu aos prefeitos que, em até 30 dias, apresentem a documentação necessária para que a parceria entre governo estadual e prefeitura possa se consolidar.

A Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) auxiliará a Agehab na condução da parceria e construção das creches. Por meio do programa Criança Cidadã, a OVG já construiu 110 creches pelo Estado, em parceria com prefeituras ou entidades sociais. Cada unidade abriga entre 80 e 120 crianças, e tem em média 460 metros quadrados. Segundo Stival, o prazo estimado para construção das creches é de oito meses. As creches que serão construídas em parceria com as prefeituras dos 39 municípios seguirão esse padrão.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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