Governo de Lula votará contra anistia e defende cassação de Eduardo Bolsonaro: ministra Gleisi Hoffmann

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Gleisi diz que governo votará contra anistia ou redução de penas e defende
cassação de Eduardo Bolsonaro

Ministra afirmou que Planalto não vai ‘tergiversar nesse assunto’ e avaliou que
é preciso esperar a conclusão de processos no STF.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta
terça-feira (23) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
votará contra qualquer projeto que trate de perdão ou redução de penas aos
condenados pelos atos golpistas de 2023.

Responsável pela articulação política do Planalto, Gleisi afirmou que os
processos sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, e
da trama golpista ainda não foram concluídos pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).

Segundo ela, “não há por que mexer no processo agora”.

“Nossa posição sempre foi clara — do governo do presidente Lula —, nós somos
contra a anistia, votamos contra o requerimento de urgência da anisita. Se tiver
um projeto com anistia, nós votaremos contra, assim também como o projeto de
redução de penas”, declarou a ministra.

Relator do projeto de anistia deve retomar negociações com parlamentares e
lideranças partidárias [Imagem: 13952284.jpg]

Gleisi deu as declarações depois de se reunir com o presidente da Câmara dos
Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com o relator de uma proposta que
amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, deputado Arthur Lira (PP-AL).

No encontro, ela tratou de pautas de interesse do governo e voltou a defender a
análise, pelos deputados, do projeto que trata do IR.

Questionada se o governo estaria sendo “inflexível” ao não entrar na negociação
iniciada por Motta e pelo relator da proposta que reduz as condenações do 8 de
janeiro, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), a ministra afirmou que
esta é uma “posição do governo”.

“É uma posição do governo de não tergiversar nesse assunto — nem com anistia nem
com redução de penas”, declarou Gleisi Hoffmann.

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência
da República, Gleisi Hoffmann. — Foto: Gil Ferreira/SRI-PR

Escolhido por Motta para relatar o projeto sobre as penas dos condenados pelo 8
de janeiro, Paulinho da Força tem se reunido com lideranças políticas e
partidárias para tentar destravar a análise do texto.

O parlamentar chegou a indicar que seria possível votar o projeto ainda nesta
semana. Mas, diante de mobilizações populares e de críticas de aliados do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulinho passou a afirmar que a discussão
deve ficar para a próxima semana.

Para a ministra Gleisi Hoffmann, as ações analisadas pelo Supremo foram feitas
“dentro das regras processuais”. “Não há por que mexer no processo agora. Nós
temos que aguardar como que isso vai ser finalizado”, disse.

CASSAÇÃO DE EDUARDO BOLSONARO

A jornalistas, Gleisi Hoffmann voltou a defender a cassação do mandato de
Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Nesta terça, o Conselho de Ética da Câmara abriu um
processo disciplinar para apurar a conduta do parlamentar.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo se tornou alvo de uma queixa do
PT, que o acusa de trabalhar em defesa de sanções dos Estados Unidos para
“desestabilizar instituições republicanas” do Brasil.

Eleito por São Paulo, o deputado mora nos EUA desde o início deste ano e tenta
exercer o mandato à distância. Ele tem se reunido com lideranças americanas e é
apontado como um dos incentivadores das sanções econômicas do governo
norte-americano contra autoridades e produtos brasileiros.

Na avaliação de Gleisi Hoffmann, Eduardo Bolsonaro articulou as sanções contra o
Brasil e “não tem justificativa ele continuar deputado”.

“Acho que é um processo que tem que correr rápido no Conselho de Ética e esse
deputado tem que ser cassado. Ele faz um desserviço ao país. É ele que está
articulando inclusive essas sanções contra ministros do Supremo, foi ele que
articulou as sanções econômicas e está fazendo algo que é contra o Brasil e o
povo brasileiro. Não tem justificativa ele continuar deputado”, declarou.

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