O governo de Pernambuco desapropriou o prédio da Neoenergia localizado no Centro do Recife e anunciou que o local será destinado para abrigar a nova sede administrativa da Secretaria Estadual de Educação. A medida foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (24). A empresa de distribuição de energia passará a funcionar em uma nova sede que está sendo construída na Zona Oeste da cidade.
O edifício onde atualmente funciona a Neoenergia é um dos mais famosos do Centro do Recife. A ordem de desapropriação foi assinada pela governadora Raquel Lyra, que declarou o edifício como imóvel de utilidade pública. Segundo a gestão estadual, o prédio será ocupado pela Secretaria de Educação, que atualmente opera na Várzea, na Zona Oeste da cidade. A Neoenergia informou que desocupará o local em até 90 dias.
O prédio da Neoenergia é considerado um marco da arquitetura moderna pernambucana e foi projetado pelos arquitetos Vital Pessoa de Melo e Reginaldo Esteves, inaugurado em 1972. Com o projeto paisagístico assinado por Burle Marx, o edifício histórico possui oito andares e fez parte da antiga sede da Companhia Energética de Pernambuco por 50 anos. O terreno possui espelhos d’água e um jardim integrado à entrada, sendo parte da lista de Imóveis Especiais de Preservação da capital.
A desapropriação do prédio foi realizada de forma amigável ou judicial, conforme consta no decreto assinado pela governadora. O documento explica que as despesas referentes à desapropriação serão custeadas pelo Tesouro Estadual e que a emissão de posse poderá ser requerida em regime de urgência. O prazo para que a Secretaria de Educação ocupe o novo espaço ainda não foi definido.
A Neoenergia se comprometeu a ceder as instalações para o governo no prazo estabelecido e informou que uma nova sede está sendo construída no bairro do Bongi, na Zona Oeste do Recife. A aquisição do prédio pelo estado resultou de uma discussão prévia e interesse mútuo entre as entidades. A renovação da concessão dos serviços de distribuição elétrica à Neoenergia foi assinada um dia após o anúncio da desapropriação, estendendo a concessão até 2060.
